São Paulo, domingo, 23 de fevereiro de 1997
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'Déficit comercial não é o diabo que pintam'

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar do grande impacto que causa no país cada vez que é anunciado, o déficit comercial brasileiro é visto como "um sinal encorajador para o futuro" pelo economista inglês James Montier.
"O Brasil está no caminho certo, porque bens de capital e intermediários respondem cada vez mais por uma parcela crescente das importações", disse.
Concordando com a linha de pensamento da equipe econômica brasileira, Montier diz que o déficit comercial não é "o diabo que pintam" porque não é dominado por bens de consumo.
"Os mercados têm de se acostumar a um período de déficits comerciais, porque isso indica que o país vive um surto de investimentos que causará um surto de exportações a médio prazo se é que os modelos da Coréia e Taiwan estão certos, e eu penso que sim", disse o economista.
Inflação
O Plano Real, na opinião de Montier, tem sido um sucesso aos combater a inflação e isso é a base para um ciclo de investimentos do tipo que consagrou os "tigres asiáticos" como modelos de crescimento econômico.
Agora, prossegue, o Brasil precisa encarar de frente o déficit fiscal, que é a grande causa de preocupação dos investidores estrangeiros, principalmente depois da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de reajustar o salário dos servidores públicos em 28,86%.
Uma vez encaminhada uma solução para o déficit público, afirma Montier, o Brasil tem de criar as bases para um sistema de previdência privada, que é o melhor caminho para uma expansão significativa da poupança interna.

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