São Paulo, domingo, 23 de fevereiro de 1997
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'Piratas' conquistam o interior paulista

EDGARD ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem pensa que o basquete no Estado de São Paulo é controlado totalmente pela Federação Paulista da modalidade está enganado.
Nos últimos anos, brotaram ligas em diferentes pontos do interior, reduzindo custos (de taxas, viagens e arbitragem) nas promoções de jogos, política que incentiva o surgimento de dezenas de equipes.
"Nós também estamos surpresos. Pensei que fossem umas quatro e já contatamos oito", afirmou o presidente da Federação Paulista de Basquete, Paulo Cheidde, 64.
Na verdade, são nove as organizações que funcionam paralelamente à FPB (veja quadro ao lado), sendo que uma delas, a Liga Santista, está filiada à entidade.
Os dirigentes das outras oito "não-oficiais" são unânimes na constatação de que o interesse pelas competições sempre foi grande nas cidades das suas regiões.
Também coincidem na afirmação de que o nível técnico é bem mais fraco, mas que competir como federado ficava tão oneroso, que tornava a iniciativa inviável.
Como federado, o time precisa pagar taxa de inscrição de atleta, mensalidade (hoje de R$ 530,00) e o trabalho dos árbitros e mesários (mais a viagem dos mesmos).
"Percebi que precisávamos de competição na região, mas tínhamos que baixar o custo. A prefeitura dava condução e alimentação. Regionalizando, funcionou. O juiz é local, as viagens são curtas", afirmou Paulo Aurélio Vivan dos Santos, 55, técnico de basquete, professor de educação física e presidente da Liga de Esportes da Divisa São Paulo/Paraná, em Ourinhos.
Lá, 16 cidades têm vínculos com a liga. E, como as sete similares, investe na promoção de jogos em todas as categorias, de mirim a adulto, no masculino e no feminino.
Essas novas entidades esportivas cobrem, cada uma delas, cidades num raio de cerca de 160 km. Os dirigentes das ligas normalmente são profissionais ligados às prefeituras municipais, patrocinadores do esporte.
Na distante Ilha Solteira, José Roberto Pavani Mendes, 53, está iniciando um trabalho. Mudou até a regra do jogo: o tempo de disputa, por exemplo, é de 12 x 12 minutos, em vez de 20 x 20.
"Brevemente, Ilha Solteira vai inaugurar um ginásio para 4.000 pessoas", declarou Mendes, que mescla cidades paulistas e mato-grossenses em seus torneios.
A liga de Ribeirão Preto promoveu 623 jogos em 1996, com seus 20 filiados nas várias categorias e 389 atletas. Este ano, a expectativa é de mais oito filiados. Abre a temporada com torneio no ginásio Cava do Bosque, em 15 de março.
"Com a chegada do Polti, time nacional de ponta e federado, a empolgação pelo basquete cresceu na região", disse Paulo Eduardo Costa, 39, o presidente da liga.

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