São Paulo, terça-feira, 25 de fevereiro de 1997 |
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Gaúcho ensina criança carente a 'pescar'
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
Chocado com o crime, no primeiro momento Linck, 69, culpou o governo. Depois, decidiu fazer algo de concreto para tentar mudar a sorte de jovens como aquele que viu assaltando. Em 1976, o empresário criou a Escola Técnica Linck, junto a sua empresa de revenda de máquinas na zona norte da capital gaúcha. Recrutou como alunos do curso de mecânica um grupo de adolescentes de uma vila pobre da cidade. A idéia cresceu porque Linck convidou empresários para paraninfar as primeiras turmas. Alguns deles resolveram criar "escolas-irmãs" em suas empresas. O fato levou Linck a formar o Projeto Pescar, para assessorar as novas iniciativas. Em 1995, surgiu a Fundação Projeto Pescar, presidida por ele e coordenada pelo administrador Leonardo Eymael, que se encarrega de difundir a idéia no meio empresarial. Na escola da Linck são realizados dois cursos semestrais gratuitos por ano, cada um com 30 vagas. O interessado precisa ter entre 14 e 18 anos e ser alfabetizado. A triagem inicial seleciona 50 candidatos, cujas casas são visitadas. São escolhidos os mais carentes. Pela manhã, eles têm aulas teóricas e práticas de mecânica. À tarde, fazem estágio nos vários setores da empresa Linck. Recebem R$ 18 por semana para cobrir o custo com transporte, atendimento médico, psicológico e um seguro de vida. A maioria sai do curso para um emprego fora da Linck, ganhando, no mínimo, R$ 190. Segundo a empresa, pesquisas indicam que o aproveitamento no mercado de trabalho é "excelente". Nos dois anos posteriores à formatura, a escola mantém um acompanhamento dos ex-alunos. O custo da escola da Linck, bancado pela empresa, é de R$ 2,2 mil mensais, incluindo o salário do instrutor (único funcionário), macacões dos alunos, material escolar e manutenção da sala. Texto Anterior: Venda de lote de palmito é proibida Próximo Texto: Ex-aluno serve de modelo Índice |
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