São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 1997
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Troca ampla do ministério fica para 98

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após a vitória conseguida com a aprovação da reeleição, os dois maiores partidos da base política do governo investem numa reforma ministerial mais ampla no início do próximo ano.
Sairiam os ministros candidatos às eleições de outubro, abrindo espaço a uma Esplanada dos Ministérios afinada com os planos de FHC de governar até 2002.
O PFL cogita substituir dois de seus três ministros: Gustavo Krause (Meio Ambiente) e Reinhold Stephanes (Previdência).
"A nossa expectativa é que haja uma reforma mais importante no início do ano, ajustada à perspectiva da reeleição", disse o presidente do PFL, deputado José Jorge (PE).
"Sobre a redivisão do espaço, a gente vai discutir na hora."
O líder do PMDB, deputado Geddel Vieira Lima (BA), disse que seu partido também pretende rediscutir o espaço que detém no governo numa futura aliança para 1998, encabeçada por FHC.
"Vamos conversar sobre o papel do PMDB, se o partido for participar de uma coligação", disse.
Por enquanto, o PMDB aguarda um sinal do presidente para negociar o preenchimento de duas vagas na Esplanada, ocupadas por Nelson Jobim (Justiça), convidado por FHC para ocupar uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), e por Alcides Saldanha, interino do Ministério dos Transportes.
Dificuldades
FHC vem enfrentando dificuldades para indicar os novos titulares para as duas vagas que já garantiu manter na cota do PMDB.
Ontem, o senador José Fogaça (PMDB-RS), indicado pelo governador Antônio Britto (RS) para o Ministério da Justiça, disse que os gaúchos preferem o dos Transportes. "O eleitor e os prefeitos não vão entender se abrirmos mão dos Transportes para ficar com a Justiça", argumentou Fogaça.
"Não se trata de desprendimento meu, mas acho impossível o Estado ficar com os dois ministérios." Além de Fogaça, Britto indicou seu secretário extraordinário de governo, Nelson Proença, para o Ministério dos Transportes.
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), ainda espera um convite de FHC para discutir as mudanças no ministério.
O líder Vieira Lima disse que os candidatos não assumiram qualquer compromisso de abrir mão de disputar as eleições de 98 -um dos critérios a ser adotado por FHC no preenchimento das vagas.
A maioria dos ministros também não definiu seu destino político. Os que quiserem disputar o Congresso ou governos estaduais devem se licenciar do cargo até abril.

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