São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 1997 |
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SP registra novo congestionamento recorde
FABIO SCHIVARTCHE
Ontem pela manhã, às 9h, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrou 135,3 km de congestionamentos. Anteontem, às 9h30, havia 118 km. Obras viárias e manifestações explicam o novo recorde, além do excesso de veículos, segundo informações da central de operações da CET. Para o gerente de engenharia de tráfego da CET, Ricardo Teixeira, 38, no entanto, o congestionamento dos últimos dias é uma amostra do caos que o paulistano vai enfrentar a partir deste mês: um aumento médio de 5% a 10% do trânsito em 1997. Segundo ele, essa situação é reflexo do crescimento da economia e da estabilidade da moeda. "O número de veículos em circulação continua aumentando desde o início do Plano Real", diz Teixeira. O técnico da CET afirma que os comerciantes não estão fazendo estoques, o que provoca mais viagens de caminhões e peruas transportadoras de mercadorias pelas ruas da cidade. "Em apenas um mês já deu para sentir a diferença deste ano para os outros", afirmou. Ele não soube precisar o aumento da frota nos últimos meses. Atraso na obra As obras de construção da quinta faixa de rolamento na avenida 23 de Maio, no sentido centro-bairro, estão atrasadas e causam lentidão todos os dias. Prometidas para ser entregues antes do início do ano letivo, quando havia cerca de 250 mil carros a menos em circulação nas ruas da cidade, só ficarão prontas na segunda quinzena de março, segundo a Emurb (Empresa Municipal de Urbanização). "O problema, nesse caso, são os tapumes da obra, que prejudicam a visão dos motoristas, que reduzem a velocidade dos carros", disse Teixeira. Um caminhão que entalou por excesso de altura na ponte Anhanguera da marginal Tietê, por volta das 9h20, no sentido Lapa-Penha, interditou a via por uma hora e causou um congestionamento de mais de 4 km. Duas manifestações (uma de perueiros e outra de favelados) também contribuíram para a formação dos pontos de lentidão, na zona leste da cidade. Trânsito de manhã Teixeira levanta duas hipóteses para explicar a ocorrência dos picos de trânsito pela manhã. "Ou muitos paulistanos se conscientizaram que à tarde os congestionamentos são maiores ou é reflexo do início das aulas na maioria das universidades." O recorde histórico para o período da manhã aconteceu no dia 20 de novembro de 96 -foram 163 km de congestionamento, causados principalmente pela chuva. Teixeira afirma que o paulistano deve se adaptar à nova realidade do trânsito e reescalonar sua agenda de compromissos. "É melhor a pessoa permanecer uma hora a mais no trabalho do que ficar dentro do carro, aborrecida com o trânsito", diz Teixeira. Texto Anterior: Unesp divulga lista de segunda chamada Próximo Texto: Pedagoga leva meia hora para percorrer 1,5 km Índice |
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