São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 1997
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Acusação de suborno ameaça árbitro

DA SUCURSAL DO RIO; DA AGÊNCIA FOLHA

Denunciado por suspeita de suborno na partida entre Bahia e Vasco, o árbitro Marques Dias da Fonseca pode ser eliminado do quadro da Conaf (Conselho Nacional de Árbitros de Futebol), se for condenado pelo Tribunal Especial da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
Dias da Fonseca e Antônio Abreu, um suposto diretor do Bahia, acusado de depositar R$ 5.500 na conta do juiz, vão ser julgados pelo Tribunal Especial da CBF entre os dias 11 e 14 de março.
O diretor, em caso de condenação, apenas seria proibido de exercer atividades esportivas junto a entidades oficiais.
Com o resultado da partida, na última rodada do Brasileiro-96 -Bahia 3 x Vasco 2-, o Bahia permaneceu na primeira divisão, e o Fluminense foi rebaixado.
O departamento jurídico do Fluminense estuda formas de mover uma ação criminal contra árbitro e suposto diretor, por suborno.
Se ficar caracterizado o suborno, será realizada nova partida. O Fluminense voltaria para a primeira divisão se, nesse novo jogo, houver empate ou vitória do Vasco.
O Vasco, porém, se recusa a jogar outra partida.
Outro lado
O juiz Marques Dias da Fonseca, 44, decidiu partir para o ataque para responder às acusações de suborno. Segundo ele, está em curso "uma armação" para tentar incriminá-lo, visando assegurar o retorno do Fluminense à primeira divisão do futebol brasileiro.
"Um fantasma jogou dinheiro na minha conta. Se tentarem me punir por causa disso, vou ao ministro da Justiça e até ao presidente", disse o juiz.
A direção do Esporte Clube Bahia negou ontem que tenha em sua diretoria qualquer pessoa chamada Antônio Abreu. Segundo o diretor administrativo do clube, Claus Ahrinwsmann, nunca em sua história o clube teve um diretor com esse nome.
Ahrinwsmann disse que há apenas um Antônio Abreu entre os 17 mil sócios do clube. "Imagine se tivessem colocado no DOC o nome de José da Silva: teríamos um bocado de sócios para investigar."
O sócio Antônio Abreu, 45, é um desenhista industrial que mora na periferia de Salvador. Ele chegou a ser investigado pela CBF como suspeito de ter depositado R$ 5.500 na conta do juiz.
Abreu não paga as taxas de manutenção do clube há qautro anos, não vai a estádios desde 1989 e estava desempregado quando teve seu nome envolvido na denúncia.
Ele disse que estava voltando para casa "um dia desses" quando encontrou dois agentes da CBF na porta de sua casa. "Foi um choque para mim. Só sabia dessa história pela televisão."

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