São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 1997
Texto Anterior | Índice

Dadá Maravilha leva 'calo na vista'

Para técnico-relâmpago, marmita atrapalha

FÁBIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-jogador Dario José dos Santos, o Dadá Maravilha, 51, foi o treinador da equipe do Comercial de Registro (185 km a sudoeste de São Paulo) no campeonato da série B-1B de 96.
Em seis meses à frente do time, ganhou 5 jogos, perdeu 7 e empatou 1. Não recebeu salário -fez um acordo para ter um percentual nas rendas e promover eventos na cidade. No fim do primeiro turno, o clube, devendo ao INSS, foi afastado do torneio, e ele deixou o comando.
Em entrevista à Folha, revelou-se o velho falastrão de sempre, com uma capacidade de autopromoção que faria o atacante corintiano Túlio parecer um verdadeiro tímido. "Não tenho vergonha de dizer que sou o maior ídolo do Brasil."
(FV)
*
Folha - Como você foi treinar o Comercial?
Dadá Maravilha - Fui ao Vale do Ribeira jogar pela seleção paulista de masters e um dirigente do clube me convidou. Fui para uma experiência, porque sabia que podia desequilibrar. Folha - O que lhe faltou para "desequilibrar"?
Dadá - Na B1-B não há condições para os atletas jogarem, os salários são muito baixos, a comida deles é um marmitex. É uma situação periclitante.
Folha - O que você achou do nível técnico do torneio?
Dadá - Dá calo na vista ver os times jogarem. Os meninos têm amor à camisa, mas tecnicamente são muito fracos.
Folha - Qual a lição que você tirou da experiência?
Dadá - Foi bom porque senti o lado pobre do Campeonato Paulista, vi que tem muita gente passando fome e necessidade. Os times têm que arranjar patrocínio, porque, desse jeito, é só pra dizer que jogam em São Paulo.

Texto Anterior: Veterano vira artilheiro do torneio 'na conversa'
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.