São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 1997 |
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Cineasta Marcel Ophuls vem ao Brasil
DA REPORTAGEM LOCAL Com a presença do cineasta Marcel Ophuls, as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro recebem em abril o 2º Festival Internacional de Documentários "É Tudo Verdade".Dirigido pelo articulista da Folha Amir Labaki, o festival conta com exibições de produções nacionais e internacionais no Centro Cultural Banco do Brasil (Rio) e no Cinesesc e Centro Cultural, em São Paulo. A organização divulgou ontem a lista de filmes selecionados para a competição internacional (leia quadro abaixo), que conta, entre outros, com um documentário sobre o diretor polonês Krzysztof Kieslowski realizado por seu assistente, Krzysztof Wierzbicki. Outro destaque é "O Velho - A História de Luiz Carlos Prestes", uma produção nacional que trata da trajetória do líder comunista brasileiro Luiz Carlos Prestes, dirigida por Toni Venturi. O melhor filme, escolhido pelo júri da mostra, ganha um prêmio de US$ 5 mil e um troféu de autoria do artista plástico Carlito Carvalhosa. Além dessa competição, faz parte do festival, completando a programação, uma disputa para a melhor produção nacional, com um prêmio equivalente ao dado ao vencedor da categoria internacional. Os filmes selecionados para a mostra competitiva brasileira serão anunciados no próximo dia 4 de março. As sessões serão gratuitas e terão legendas eletrônicas em português. Ophuls Mas, além dos filmes, a atenção se volta também para um cineasta. Marcel Ophuls chega ao Brasil no dia 4 de abril, a convite do festival e da Folha, para presidir o júri. Uma retrospectiva de sua obra também vai ser exibida. Francês nascido na Alemanha em 1927, filho do cineasta Max Ophuls, Marcel iniciou sua carreira no início dos anos 60 com a ficção e a atração por histórias policiais, como em "Peau de Banane", de 1963. A guinada para o documentário se deu no fim da década, quando realizou para a TV "Munique ou A Paz Por Cem Anos". O escândalo em sua vida surgiu com "A Dor e a Compaixão" (Le Chagrin et la Pitié), de 1971. No filme, ele faz uma crônica de duas cidades francesas durante a ocupação nazista. Ophuls, nas palavras do crítico francês Jean Tulard, "revela a total ausência de heroísmo da França diante dos nazistas". A TV de seu país se recusou a exibir o filme, apesar de ter sido indicado a um Oscar. Mas Ophuls não desistiu de lutar contra o mito da grande França. Realizou então outros dois filmes que complementam sua "trilogia nazi": "A Memória de Justiça" (The Memory of Justice) e "Hotel Terminus - Klaus Barbie, Sua Vida e Seu Tempo" (Hotel Terminus - Klaus Barbie, Sa Vie et Son Temps). "Hotel Terminus" acabou lhe dando o Oscar de melhor documentário. Um de seus últimos trabalhos é "Os Problemas que Eu Tenho Visto" (The Troubles We've Seen), de 1994, sobre a guerra civil na ex-Iugoslávia e sua conturbada cobertura jornalística. O cineasta Marcel Ophuls fala no Rio no dia 6 de abril, no Centro Cultural do Banco do Brasil, e no dia 10 em São Paulo, no auditório da Folha. Evento: 2º Festival Internacional de Documentários "É Tudo Verdade" Quando: 4 a 13 de abril no Centro Cultural Banco do Brasil (Rio de Janeiro); 7 a 13 de abril no Cinesesc e Centro Cultural São Paulo (São Paulo) Quanto: entrada franca Texto Anterior: Os prêmios da banda Próximo Texto: Selecionados para Competição Internacional Índice |
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