São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 1997 |
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Marcha enfrenta falta de banheiros Água dos caminhões provoca doenças LUIS HENRIQUE AMARAL
A comissão de higiene da marcha teve que solicitar um carro-pipa da prefeitura. Quem quisesse, tinha que tomar banho de caneca. Apesar do contratempo, a higiene é uma das principais preocupações dos sem-terra. A comissão, formada por dez pessoas, tem entre as suas responsabilidades cuidar do abastecimento de água ao estoque de papel higiênico. A qualidade da água tem sido o pior problema enfrentado pelos sem-terra até agora. A água dos caminhões-pipa cedidos pelas prefeituras tem provocado disenteria. Para atenuar o problema, um sindicato de Campinas doou 1.500 litros de água mineral. A comissão de saúde tem distribuído envelopes de soro fisiológico para evitar desidratação. A ordem da comissão de higiene é deixar o local onde passaram totalmente limpo. Organizar o uso de banheiros também tem dado trabalho. Em Limeira, só havia um banheiro, com um vaso sanitário, para todos os 600 sem-terra. Durante o trajeto, muitos correm para o mato em volta para urinar. As lideranças insistem para que os sem-terra usem os banheiros dos postos de gasolina, mas eles afirmam que é difícil aguentar. Cada integrante da marcha tem seu próprio papel higiênico. Pasta de dente e sabonete também são de responsabilidade de cada um. A maior parte escova os dentes depois das refeições e toma banho à noite. O grupo não teme que acabe os produtos de higiene, porque esperam doações. Após o almoço de ontem, os sem-terra se reuniram para uma reunião disciplinar. Eles foram orientados a não saírem do acampamento para beber. "Pode beber, mas não pode voltar pingaiado", disse um líder. Texto Anterior: Juiz nega pedido feito pela UDR Próximo Texto: MST anuncia que voltará a invadir fazenda Índice |
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