São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 1997
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Gini recebe laudo de análise de palmitos

Empresa não divulga resultado

DA REPORTAGEM LOCAL; DA AGÊNCIA FOLHA

A Indústria de Conservas Gini, que vende os palmitos da marca, recebeu ontem um laudo com o resultado da análise feita em amostras do lote de palmitos com validade até outubro de 98, interditado pelo CVS (Centro de Vigilância Sanitária) no Estado de São Paulo.
O laudo foi feito a partir das análises de um laboratório particular, especializado em tecnologia ambiental, a pedido da Gini.
Apesar de já ter o laudo, o advogado da empresa, Olten Ayres de Abreu Júnior, afirmou ontem que o resultado só será divulgado junto com o laudo do Instituto Adolfo Lutz, que também está sendo feito a pedido da Gini e deve ficar pronto até amanhã. Ele não revelou o nome do laboratório.
Uma outra análise também foi solicitada ao Instituto Adolfo Lutz pelo CVS. Esse laudo também deve ficar pronto até amanhã.
O lote foi interditado pelo CVS depois que foi constatada a contaminação de um vidro de palmito comprado em Santos (SP) pela toxina botulínica, causadora do botulismo -doença que paralisa os órgãos e pode levar à morte.
A consumidora Melissa Miwahabu Castro, 21, está internada em estado grave na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) da Santa Casa de Misericórdia de Santos desde o dia 14.
O advogado da família de Melissa, Cristiano Alves Teixeira Pinto, disse ontem que ainda não pensa em entrar na Justiça exigindo qualquer tipo de indenização.
O advogado entrou anteontem com um pedido de averiguação de responsabilidade criminal no Ministério Público. "O ministério deve instaurar inquérito para apurar a responsabilidade da empresa na contaminação do palmito".
Em São Bernardo (Grande SP), cinco pessoas de uma mesma família estão internadas com suspeita de botulismo. Os sintomas -vômitos, diarréia, dores abdominais- são compatíveis com botulismo, mas, segundo os médicos, indicam provavelmente uma infecção gastrointestinal.

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