São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 1997
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Setores continuarão protegidos na Alca

DENISE CHRISPIM MARIN
DA ENVIADA ESPECIAL A RECIFE

O Mercosul quer manter os setores produtivos mais vulneráveis à competitividade internacional preservados das reduções de tarifa de importação durante a formação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas).
Isso significa que os setores escolhidos estariam protegidos por algum tempo da concorrência mais forte de produtos importados dos demais parceiros da Alca.
O esquema é o mesmo da lista de exceção da TEC (Tarifa Externa Comum), elaborada pelos países do Mercosul para proteger setores sensíveis.
Esse tratamento especial foi reafirmado na proposta do Mercosul para a condução da negociação da Alca, discutida ontem durante reunião dos vice-ministros de comércio dos 34 países envolvidos. Mas, em princípio, é rejeitado pelos negociadores dos EUA.
A Folha apurou que a intenção é preservar pelo menos parte dos 17 setores produtivos brasileiros que estão sendo reavaliados pelo MICT (Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo).
Setores
Trata-se dos setores que contam com potencial de crescimento de produção em escala e de exportação e cuja modernização deverá ser estimulada pelo governo.
Dentre esses setores estão o de autopeças, informática e eletroeletrônicos -todos já incluídos na lista de exceção da TEC, cujo cronograma de redução tarifária se estende até o final de 2001.
O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Melvin Levitsky, afirmou que a redução das barreiras comerciais é um dos objetivos da formação da Alca. Mas não antecipou se o governo norte-americano pretende iniciar, agora, a revisão dessas restrições.
"Todos os países têm barreiras comerciais. Mas há que se lembrar que a meta agora é baixar todas as restrições", afirmou. "Fácil dizer, um pouco difícil fazer", completou Levitsky, rindo.
O Brasil reclama de cerca de 60 barreiras impostas à entrada de seus produtos no mercado norte-americano.
Nos dias 17 e 18 de março, o ministro Luiz Felipe Lampreia (Relações Exteriores) terá reuniões no Departamento de Comércio dos EUA, em Washington.
(DCM)

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