São Paulo, sexta-feira, 28 de fevereiro de 1997 |
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Acordo com TV está um ano atrasado
HUMBERTO SACCOMANDI
As negociações começaram em dezembro. Os clubes falavam então em pedir R$ 40 milhões, R$ 50 milhões e até R$ 60 milhões pelos direitos de TV da principal competição do país. Terão provavelmente de se contentar com bem menos. O motivo principal é justamente o que os dirigentes dos clubes alegavam como grande trunfo desta negociação: a antecedência. Quanto antes fosse fechado o contrato com as TVs, mais tempo elas teriam para negociar com os seus anunciantes. Poderiam assim vender melhor o produto futebol, aumentar sua arrecadação e pagar mais para os clubes. Dezembro, porém, já era tarde. E o acordo só deve ser assinado em março, quatro meses antes do início do Brasileiro. O problema é que as principais emissoras já fecharam ou acertaram as suas cotas de publicidade no futebol com os anunciantes para este ano. As emissoras não vão querer pagar aos clubes mais do que arrecadaram. Não devem chegar nem perto disso. Por essa cota de patrocínio, o anunciante tem sua imagem veiculada durante as partidas, nas chamadas das emissoras para o campeonato e nos programas esportivos. A Globo, que tem um cláusula preferencial na renegociação do contrato, normalmente lidera a negociação. As cotas de patrocínio da emissora para o futebol foram negociadas no final do ano passado, antes mesmo que a negociação com o Clube dos 13 começasse. Para 1998 É praxe do mercado publicitário que as empresas determinem no final de um ano os seus principais investimentos publicitários do ano seguinte. "O ideal seria que as negociações tivessem em vista o campeonato do próximo ano", afirmou Júlio Bartolo, diretor da TVA. Segundo ele, é preciso levar em conta nesse tipo de negociação as necessidades dos anunciantes. "A parceria pretendida pelo Clube dos 13 não envolve só as TVs e os clubes, mas também os anunciantes, que planejam a sua verba de publicidade com muita antecedência", disse Bartolo. Outro problema para a negociação entre TVs e Clube dos 13 são as cláusulas contratuais que praticamente impedem que uma ou duas emissoras consigam exclusividade de transmissão. Participam da reunião de hoje representantes do Palmeiras, São Paulo, Grêmio, Vasco e Flamengo. Texto Anterior: Fifa concebe museu da fama do futebol Próximo Texto: Explode a transmissão de futebol no país Índice |
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