São Paulo, sexta-feira, 28 de fevereiro de 1997![]() |
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Briga pelo poder ameaça desmanchar Corinthians HUMBERTO SACCOMANDI e HUMBERTO SACCOMANDI; JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
A disputa judicial pela presidência do clube põe em perigo a nova equipe do Corinthians. O atual elenco, reforçado por contratações que chegaram a R$ 18,7 milhões, pode ser desmontado, caso o presidente Alberto Dualib perca a batalha e deixe o poder. A oposição do Corinthians, liderada pelo conselheiro Damião Garcia, contesta na Justiça as mudanças de estatutos do clube, que permitiram a prorrogação do mandato do atual presidente. No início da semana, o Superior Tribunal de Justiça de Brasília recusou recurso de Dualib, que tentava anular a ação de Garcia. O processo principal deve ser julgado em São Paulo, em abril. Ainda de acordo com a oposição, todos os atos de Dualib, desde que mudou os estatutos do clube, em 12 de dezembro de 1994, estariam sub judice. Neste caso, o patrocínio assinado em janeiro com o banco Excel-Econômico estaria ameaçado. Ival Dias da Gama, diretor de marketing do Excel, acha difícil a saída de Dualib. "Custo a acreditar que acontecerá algo a quem tem feito uma boa administração. Mas, mesmo se o Dualib sair, duvido que o próximo presidente desfaria o contrato conosco." Na hipótese de o patrocínio ser desfeito, o Excel já traçou estratégia. "Mandaríamos nossos jogadores para o Vitória e o América", comentou Gama. O clube baiano e o mineiro também são patrocinados pelo banco. O presidente do clube pede calma. "Fiz tudo de acordo com a lei. A oposição está querendo tumultuar o ambiente", limita-se a dizer Dualib. "Ele se acha dono do clube, manda e desmanda, mas a coisa vai mudar", rebate Garcia. "A ditadura no Brasil acabou, mas o Corinthians continua dominado por um grupo de cinco ou seis. Qual o interesse de alguém em se perpetuar no poder?" A crise Dentro de campo, a situação também é turbulenta. Cinco rodadas do Paulista foram suficientes para a direção questionar o trabalho do técnico Nelsinho. Além de estar insatisfeita com o futebol apresentado pelo time, a diretoria não aprovou a atitude do treinador, que reclamou publicamente da liberação de Túlio para gravar um comercial do Excel. Anteontem, no dia do jogo contra a Portuguesa Santista, o diretor de futebol Wadih Coury permitiu a saída do atacante da concentração sem comunicar Nelsinho. Depois do episódio, as relações entre os dois estremeceram. Emir Capez, um dos membros do GAP (Grupo de Apoio à Presidência), acha cedo para avaliar o trabalho do técnico. "Vamos esperar mais cinco ou seis jogos." No Paulista-97, o Corinthians está invicto, com três vitórias e dois empates, apesar de não estar jogando bem. Após a vitória contra a Portuguesa Santista, anteontem, no Canindé, por 2 a 1, a torcida xingou Nelsinho e pediu sua saída. Colaborou o "NP" Texto Anterior: Fatos e fitas Próximo Texto: A crise do Palmeiras Índice |
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