São Paulo, sexta-feira, 28 de fevereiro de 1997
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Álbum é pretensioso e sem equilíbrio

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA REPORTAGEM LOCAL

O U2 é a principal banda dos anos 80 a sobreviver nos 90. Não é por acaso. Em "Pop", o grupo mantém um pé no passado e outro no futuro.
O problema é que, na maior parte do tempo, não consegue manter o equilíbrio.
"Pop" reflete essa busca desesperada pela sobrevivência nas paradas de sucesso, pela aceitação da crítica e, se possível, uma tentativa de mostrar algum lado vanguardista.
Convenhamos que é muita pretensão para um disco só e uma alquimia bem difícil de ser realizada. Não é que o disco seja ruim, mas não é homogêneo.
A banda se arrisca a fazer algumas canções com influência da música eletrônica -estilo que, segundo alguns críticos, "apontaria o caminho do futuro música pop".
É o caso de "Discothèque", que abre o disco, e das faixas seguintes, "Do You Feel Loved" e "Mofo". Foi uma aposta arriscada da banda. E que cheira a vanguardismo de butique.
A questão é saber se o fã padrão do grupo aceita o flerte do grupo com a música eletrônica, que ainda é um estilo confinado a guetos em algumas partes do mundo e ignorado nas demais.
Em suma, uma música que faz muito barulho com poucos seguidores -nem de longe comparáveis aos 15 milhões de fãs que compraram "The Joshua Tree" (87).
Justamente para não perder seus milhões de fãs, a maior parte do novo disco mostra o U2 de sempre.
Na parte mais tradicional há bons momentos, como "The Playboy Mansion", ou na balada "If God Will Send His Angels".
(LAR)

Disco: Pop
Artista: U2
Lançamento: PolyGram
Quanto: R$ 18 (o CD, em média)

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