São Paulo, sexta-feira, 28 de fevereiro de 1997
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EUA divulgam hoje relatório sobre tráfico

Decisão sobre México causa suspense

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Se o presidente Bill Clinton não retirar o México da lista de países classificados como aliados dos EUA no combate ao narcotráfico, o Congresso poderá fazê-lo, ameaçam dois importantes parlamentares do partido do governo.
Dick Gephardt, líder da minoria na Câmara, e Diane Feinstein, senadora pela Califórnia, dizem que o México não é confiável em relação ao tráfico de drogas.
Clinton vai divulgar hoje o seu relatório anual sobre o estado do combate ao narcotráfico no mundo. No ano passado, a Colômbia foi decertificada como parceira dos EUA e deve continuar assim em 1997, apesar dos esforços do presidente Ernesto Samper para que a posição seja mudada.
O grande suspense é em relação ao México. O Departamento de Estado e os principais conselheiros políticos de Clinton acham que bulir com o México é um risco que os EUA não podem correr. O Departamento da Justiça e os responsáveis pela repressão às drogas lutam pela punição do México.
É possível que Clinton se decida por uma solução intermediária: decertificar o México, mas suspender por um ano a aplicação das sanções econômicas que acompanham a decisão.
Para o Departamento de Estado, essa fórmula não deixará de inflamar sentimentos nacionalistas no México, assim como ocorreu na Colômbia no ano passado. Embora o objetivo dos EUA fosse enfraquecer o governo do presidente Samper, a decertificação teve o efeito oposto de reunir em torno do presidente lideranças nacionalistas que se sentiram ofendidas com a ação norte-americana.
O chanceler do México, José Angel Gurría, disse anteontem que a decertificação poderá comprometer a qualidade de todo o relacionamento entre os dois países.
O porta-voz do Departamento de Estado, Nicholas Burns, tentou minimizar o possível confronto: "Não vai haver qualquer ruptura nas relações entre EUA e México (se a decertificação ocorrer)".
Sobre a Colômbia, Burns deixou poucas dúvidas sobre o que vai ser anunciado: "As drogas estão destruindo vidas na Colômbia. Os colombianos têm a responsabilidade de cortar a produção de drogas, e é o do interesse deles cooperar com os EUA para que isso aconteça".

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