São Paulo, sábado, 1 de março de 1997
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Vendas de máquinas agrícolas caem 75%

DEISE LEOBET
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A comercialização de maquinário agrícola no país, no ano passado, caiu 75% em relação a 1994, segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Foram vendidos somente 10.291 tratores e 899 colheitadeiras. Esse foi o menor volume de vendas registrado pelo setor, em toda a sua história.
A Argentina, cuja safra é a metade da brasileira, comprou cerca de 1.300 colheitadeiras em 1996. Ou seja, quase 50% a mais que os agricultores brasileiros.
O principal motivo para a queda nas vendas, segundo a associação, foram as altas taxas de juros para os financiamentos agrícolas que, em 1994, alcançaram taxas de 62,7% ao ano.
"A inadimplência dos financiamentos agrícolas, em função das altas taxas de juros, ficou em torno de 30% e os bancos começaram a interromper os créditos", disse o diretor de operações da New Holland Latino Americana, José Silva Tavares.
Baixos preços
A fábrica da New Holland, em Curitiba, que detém 25% do mercado de tratores e 41,4% de colheitadeiras, vendeu no ano passado 7.052 máquinas a menos que em 1994.
Outro fator que contribuiu para o desaquecimento do mercado foram os baixos preços dos produtos agrícolas. Na safra 95/96, por exemplo, a saca de soja de 60 quilos estava cotada em R$ 12,00.
Exportações
Apesar da queda nas vendas no mercado interno, a New Holland dobrou o volume de exportações no passado. Em 1995, a fábrica exportou 933 tratores e 275 colheitadeiras, enquanto que no ano passado, as vendas foram de 1.960 tratores e 576 colheitadeiras.
Desse total, 50% foram exportados para os países do Mercosul, 30% para a África e 20% para o restante do mundo. O volume das exportações foi US$ 80 milhões.
A demanda do mercado mundial por maquinário agrícola, segundo Tavares, aumentou em cerca de 10%, por causa dos baixos estoques de alimentos e aos preços dos commodities.
A New Holland, subsidiária do grupo Fiat, também está anunciando a construção de uma fábrica de tratores na região de Nova Delhi (Índia). Essa será a 22ª fábrica do grupo no mundo, com um investimento de R$ 50 milhões.

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