São Paulo, sábado, 1 de março de 1997 |
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Regras mudam para jogo ser 'ampliado'
SÍLVIO LANCELLOTTI
Pela primeira vez, desde o seu encontro inaugural, mais de um século atrás, o International Football Association Board, organismo que define as regras do futebol, estará realizando uma modernização completa no texto das leis da modalidade. Não acontecerão revoluções marcantes da reunião -como a modificação do tamanho das traves, o fim do impedimento ou a diminuição do número de jogadores em cada time. Além dessa mudança, digamos, estritamente literária, o Board vai aprovar alguns aperfeiçoamentos interessantíssimos nas regras do futebol: 1) O goleiro não mais poderá recolher com as mãos qualquer bola a ele passada por um companheiro. Hoje, o arqueiro tem o direito de catar pelotas atrasadas com a cabeça ou por meio dos arremessos laterais; 2) Depois de uma defesa, o goleiro só poderá dar quatro passos antes de lançar a bola adiante -e isso num limite máximo de cinco segundos. Hoje, segundos as estatísticas da Fifa, as devoluções demoram, em média, 20 segundos. No global dos 90 minutos de uma partida, o goleiro desperdiça, em média, o absurdo de 5 minutos com a retenção das pelotas; 3) Prêmio de consolação, o goleiro poderá se mover lateralmente, sobre a linha da sua meta, durante as cobranças dos pênaltis; 4) Passarão a valer os tentos anotados por meio do tiro de meta e também por meio do tiro de saída, direto, ao se iniciarem os dois tempos de jogo e ao se reiniciar o jogo depois da marcação de um gol; 5) Hoje, a bola precisa percorrer uma distância equivalente ao tamanho da sua circunferência. Com as modificações, entrará em jogo imediatamente depois de ser tocada por um atleta, mesmo que se mexa um milímetro. "As intenções dos aperfeiçoamentos são óbvias", observou, por telefone, o suíço Joseph Blatter, secretário-geral da Fifa: "Queremos aumentar ao máximo possível, em média, o tempo de fato útil de cada partida". Paralelamente às modificações, o Board ainda fará uma série de sugestões de padronização das arbitragens. Vai enfatizar que as infrações pelas costas sejam sempre punidas com um cartão vermelho. Vai recomendar a expulsão do atleta que deliberadamente tocar a bola com as mãos. No caso dos cotejos decisivos, que se estendem a uma prorrogação e, eventualmente aos pênaltis, o Board vai recomendar que a cobrança aconteça antes do tempo extra. "Dessa maneira, diminuiremos os riscos de uma prorrogação de retrancas. Quem ficar em desvantagem nos pênaltis terá, obrigatoriamente, de procurar a vitória na prorrogação", diz o secretário-geral da Fifa. Texto Anterior: Anteontem Próximo Texto: Técnico do Barcelona critica o representante de Ronaldinho Índice |
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