São Paulo, segunda-feira, 3 de março de 1997
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Decretado estado de emergência na Albânia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Parlamento da Albânia decretou ontem estado de emergência em todo o país a fim de controlar a insurreição contra o governo.
A grande maioria dos 3,3 milhões de albaneses ficou arruinada com a quebra de quatro bancos, e a população responsabiliza o governo pela fraude no "esquema pirâmide" de investimentos.
Com a quebra, pessoas que colocaram dinheiro para render juros acima de 100% tiveram prejuízo. Eles exigem agora indenização.
A decisão foi tomada em decorrência do agravamento da tensão do sul do país no fim-de-semana. O decreto permanece em vigor até o restabelecimento da ordem.
O texto da lei prevê sua aplicação nos casos de "ataques contra armazéns e fábricas e de atentados contra a vida econômica e as liberdades individuais".
A lei limita os direitos constitucionais e as concentrações em lugares públicos e restringe a circulação de pessoas.
Na noite de ontem, o Parlamento deu ultimato até as 14h de hoje (10h no Brasil) para que os insurgentes entreguem armas saqueadas, sob risco de serem alvejados sem advertência prévia.
O grupo parlamentar do Partido Democrático (no poder) aceitou sábado a renúncia do premiê Aleksander Meksi, e anunciou a formação de um novo gabinete integrado por membros do PD. O Parlamento deve aprovar hoje a reeleição do presidente, Sali Berisha.
"Os atos de vandalismo foram organizados pelos comunistas e por policiais do governo stalinista (derrubado em 1991), em colaboração com agências estrangeiras de espionagem", disse Berisha. Seis policiais e três civis morreram em choques anteontem em Vlora.
Ontem, uma menina de oito anos e três adultos foram mortos por balas perdidas, e mais de 50 pessoas ficaram feridas em conflitos na cidade. Um homem que respirou gás tóxico morreu em armazém da cidade que foi saqueado.
Os manifestantes saquearam e incendiaram uma residência do presidente albanês em Vlora e roubaram quadros e móveis.
Em Saranda, a população poupou apenas dois edifícios oficiais, incendiando todos os outros, além de saquear arsenais de armas e libertar presos da cadeia local.
Um preso foi morto e três ficaram feridos numa tentativa de fuga em presídio de Leje (noroeste).
O chanceler italiano, Lamberto Dini, afirmou que "a Albânia é um problema de toda a Europa" e pediu intervenção internacional diante do agravamento da crise.
As cidades da costa italiana do sul do Adriático colocaram-se em estado de alerta temendo a chegada em massa de refugiados.

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