São Paulo, terça-feira, 4 de março de 1997
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Polícia divulga retrato falado de acusado de esfaquear garota

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia divulgou ontem o retrato falado do acusado de matar a facadas a estudante Juliana Maria Daniello Dias, 19, no interior do elevador do prédio em que ela morava no Cambuci (região central de São Paulo). O crime ocorreu na última sexta-feira às 21h.
O suspeito é um homem com traços orientais, que tem cerca de 1,75 m de altura. Seus cabelos são castanhos escuros, assim como os olhos. Ele é forte, "como se fizesse musculação", disseram as testemunhas. Sua idade seria de 20 anos aproximadamente.
No dia do crime, segundo a descrição de duas testemunhas, ele estaria com uma camiseta xadrez e com uma calça. O rosto do provável assassino tem marcas de espinha nas bochechas.
"Não descartamos nenhuma hipótese para o crime", disse o delegado Antônio Carlos Diniz, da Divisão de Homicídios. O suspeito entrou no prédio da rua Muniz de Souza cerca de 15 minutos antes do assassinato. Ele se aproveitou da chegada de um morador.
O porteiro perguntou-lhe aonde ia, mas o rapaz não respondeu e pegou o elevador. Foi visto descendo no 6º andar por uma testemunha. Nesse momento, a estudante saiu do apartamento para pegar, na portaria do prédio, uma encomenda de comida chinesa, o que era um hábito da família.
Juliana entrou no elevador com a comida. Minutos depois, o suspeito deixou o edifício correndo. Ele teria entrado num carro, que arrancou veloz. A estudante foi achada pelo pai, morta dentro do elevador.
Levara duas facadas: uma no lado direito do peito e outra no pescoço. Os peritos também encontraram cortes em seus dedos indicador e médio da mão direita. "Isso indica que ela tentou se defender da agressão", disse o delegado.
A polícia trabalha, principalmente, com as hipóteses de que o crime tenha sido uma vingança contra a estudante ou que ele tenha sido passional, embora Juliana nunca tenha namorado orientais.
Também não estão descartadas pela polícia uma vingança contra a família de Juliana -seu pai é aposentado e trabalha no ramo de informática- e a possibilidade, mais remota, de um assalto.
Nada foi roubado da adolescente. Ela estava usando uma corrente e brincos de ouro. Juliana cursava o 2º ano de enfermagem na Faculdade São Camilo.
A arma do crime, estranhamente, segundo a polícia, foi abandonada no elevador. É uma faca com cerca de 20 cm de cumprimento e três de largura máxima de lâmina. A faca é velha e semelhante às usadas para tirar escamas de peixes.
Não foram achadas impressões digitais na faca. "Várias pessoas tocaram nela antes da chegada da perícia", disse o delegado.
(MG)

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