São Paulo, terça-feira, 4 de março de 1997
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Inadimplência está estabilizada em SP

Há mais prestações em atraso e consumidores

FF
DA REPORTAGEM LOCAL

Dados divulgados ontem pela Associação Comercial de São Paulo mostram que o nível de inadimplência está estabilizado em torno de 17%, segundo cálculo feito pela Folha a partir dos números fornecidos pela entidade.
A ACSP divulgou ontem que em fevereiro o número de carnês em atraso aumentou 54%, mas esse salto corresponde em grande parte ao maior volume de crédito concedido ao consumidor no período.
Em fevereiro de 96, as prestações em atraso registradas em São Paulo somavam 113.792. Em fevereiro de 97, já eram 175.242.
Esse aumento de 54%, entretanto, pode ser atenuado quando se leva em conta o volume de carnês. Se cresceu o número de consumidores que financiam suas compras -e isso de fato ocorreu, principalmente no segundo semestre de 96-, é normal que o total de inadimplentes também aumente.
Não há um indicador exato do número de carnês em fase de pagamento, mas dá para se ter uma idéia desse crescimento por meio do número de consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito).
A procura pelo SPC aumentou 48,3% em fevereiro na comparação com igual período do ano passado -de 668.482 para 991.529 consultas.
Calculando-se a proporção entre o número de carnês não-pagos e o de consultas ao SPC, verifica-se que a inadimplência de fevereiro bateu em 17,67%, e a de fevereiro do ano passado, em 17%. Está, portanto, estabilizada quando medida na relação carnês em atraso e consultas ao SPC.
O número de carnês não-pagos em fevereiro passado, embora alto, já foi 6,5% menor do que o do mês anterior (187.426).
Volta ao crediário
O consumidor continua preocupado em "limpar" o nome no SPC para voltar a comprar a prazo.
Levantamento da ACSP indica que 78.154 prestações atrasadas foram pagas em fevereiro.
Esse número significa um salto de 76% sobre o número registrado em igual mês do ano passado, de 44.401 prestações.
É menor do que o número de carnês quitados em janeiro deste ano (100. 859), mas fevereiro foi um mês mais curto.
"As taxas de juros caíram e os prazos de pagamento aumentaram. Há ainda mais facilidade para renegociação de dívidas", diz Marcel Solimeo, economista da ACSP.

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