São Paulo, terça-feira, 4 de março de 1997
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Empresários minimizam divergências com os EUA

MILTON GAMEZ

MILTON GAMEZ; ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

Panos quentes sobre disputa na Alca marcam posse em SP

A posse do novo presidente da Amcham (Câmara Americana de Comércio) em São Paulo, Daniel Miller, foi ontem uma sessão de colocação de panos quentes nas divergências entre o Brasil e os Estados Unidos em torno da formação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas).
Para o ex-presidente da Amcham, Henrique de Campos Meirelles, e o empresário Roberto Teixeira da Costa, da Brasilpar, não há divisão insuperável entre o país e o poderoso vizinho do Norte -que quer passar por cima de exigências do Mercosul e insiste em negociar a formação da Alca com maior rapidez. O Mercosul quer a conclusão da Alca em 2005.
Os EUA querem antecipar medidas de abertura dos países latino-americanos para 98. No caso brasileiro, os norte-americanos querem aumentar até 98 a exportação de veículos produzidos nos EUA -proposta rejeitada pelo governo.
"Não vejo disputa entre o Brasil e os EUA", afirmou Meirelles.
'Não há posição antagônica", disse Teixeira da Costa.
Também insistiram em minimizar as divergências -que incluem questões de barreiras comerciais norte-americanas a 60 produtos- o ministro Antonio Kandir (Planejamento) e o novo presidente da Amcham.
"Estamos numa fase diferente de abertura comercial, que requer muita conversa. Todos os senhores poderão ajudar muito nessa fase de maior entendimento que certamente ocorrerá", disse Kandir.
"Não importa se 2005 é uma data para o fim ou o começo das discussões. Importante é discutir os processos até lá", disse Miller.
As declarações amistosas foram feitas na presença do embaixador dos EUA no Brasil, Melvin Levitsky. Miller disse, ainda, que quer aproveitar a visita oficial do presidente Bill Clinton ao Brasil, prevista para maio, para promover na Amcham a discussão sobre as questões de integração regional.

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