São Paulo, quarta-feira, 5 de março de 1997
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Oferta de carne será mais enxuta em 97

SEBASTIÃO NASCIMENTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado de carnes no país entra mais enxuto em 97 e a tendência é de haver equilíbrio entre a produção e a demanda até o final do ano.
A análise é da empresa gaúcha Safras & Mercados e foi confirmada por diretores de entidades que representam os produtores de carnes bovina, suína e de frango.
José Carlos Teixeira, superintendente da APA (Associação Paulista de Avicultura), acredita que consumo e produção de carne de frango devem apresentar um crescimento uniforme entre 2% e 3% este ano em comparação com 96.
"O mercado sofreu um ajuste e ninguém espera que ele cresça na ordem de 8% a 10% como aconteceu em 94, depois do Plano Real."
Segundo Teixeira, o avicultor deve manter a produção em patamar equilibrado com os custos, evitando excedentes que possam pressionar o mercado.
Ele destaca, porém, o crescimento do setor exportador.
Exportações
"A pauta prevê o embarque de 600 mil t de carne de frango este ano, um ganho de 10% em relação a 96", afirma.
O mercado internacional, segundo o superintendente da APA, foi importante fonte de receita para o avicultor no ano passado, quando houve queda no consumo interno.
Para a carne bovina, as estimativas preliminares apontam para uma produção de 5,13 milhões de t em 97. No ano passado, foram produzidas 5,18 milhões de t.
Segundo Cesário Ramalho da Silva, diretor de pecuária de corte da Sociedade Rural Brasileira, o preço da arroba do boi (15 quilos) subiu R$ 2 nos últimos dias em São Paulo.
A arroba está sendo negociada a R$ 26 no interior, cotação próxima a de outubro passado, quando a oferta de carne diminui devido à entressafra.
Silva afirma que desconhece os motivos do aumento. "Há rumores de que a alta é consequência da redução da oferta e ao grande abate de vacas na entressafra. Mas são somente especulações", diz.
Ramalho acha que a alta não deverá continuar. "Daqui para a frente as variações serão pequenas", afirma.
Na exportação, ao contrário do que ocorre com as carnes de frango e suínos, cujas vendas cresceram em 96 e tendem a seguir trajetória ascendente este ano, a carne bovina deve manter a fraca performance do ano passado.

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