São Paulo, quarta-feira, 5 de março de 1997
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Ex-secretário de AL é suspeito

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

O inquérito preparado pela Procuradoria Geral de Justiça de Alagoas aponta o ex-secretário de Fazenda do Estado José Pereira de Souza como o principal responsável pelas supostas irregularidades na emissão de R$ 301,6 milhões em títulos para o pagamento de dívidas judiciais (precatórios) pelo governo local.
Souza e outros quatro envolvidos no inquérito terão hoje os sigilos fiscal e bancário quebrados pelo procurador-geral de Justiça do Estado, Dilmar Camerino.
O objetivo da procuradoria, ao quebrar os sigilos bancário e fiscal dos envolvidos, é saber se houve algum pagamento de comissão para os envolvidos no processo
O procurador disse que quer a "restituição" do dinheiro aos cofres públicos.
A procuradoria ainda está calculando o valor do rombo provocado ao Tesouro estadual em consequência da emissão dos títulos. O inquérito já apurou que R$ 69 milhões foram concedidos como deságio na venda dos títulos.
Houve lotes de títulos que foram vendidos com até 37,11% de deságio e, três meses depois, recomprados pelo governo estadual com deságio de apenas 1,1%.
"O ex-secretário de Fazenda foi o responsável pela elaboração de um processo com documentação falsa e pela apresentação ao governador Divaldo Suruagy (PMDB) de Wagner Baptista Ramos (ex-coordenador da Dívida Pública da prefeitura de São Paulo). Se ele não tiver nada a ver com o escândalo, quem terá?", questionou o procurador-geral.
Defesa
Suruagy defendeu ontem seu ex-assessor. "Estão acusando o José Pereira de Souza sem lhe dar condições de defesa."
Suruagy mantém sua posição de que não cometeu nenhum ato que possa vir a ser considerado ilícito.
"A proposta apresentada ao governo pelo Banco Divisa, que foi coordenada pelo Wagner Ramos, que eu só soube depois que era assessor da Prefeitura de São Paulo, foi apreciada pela Assembléia Legislativa e pelo Tribunal de Contas, que aprovaram tudo."
A Agência Folha tentou localizar ontem, no Rio de Janeiro, o ex-secretário Souza, sem sucesso.
Desde de que deixou o governo estadual, em novembro passado, logo após as denúncias terem sido deflagradas, Pereira mudou-se para o Rio de Janeiro.

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