São Paulo, quarta-feira, 5 de março de 1997
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Greve de ônibus complica tráfego do Rio

DA SUCURSAL DO RIO

A greve de 24 horas dos rodoviários do Rio causou problemas para os usuários na parte da manhã, quando, segundo estimativa do sindicato das empresas de ônibus, apenas 20% da frota circulou. O sindicato dos rodoviários avalia que 10% da frota circulou.
No final do dia, segundo o sindicato patronal, 70% da frota estava na rua. O sindicato dos empregados ainda insistia que 80% dos ônibus não estavam circulando. Pela manhã, houve engarrafamentos em diversos trechos da cidade. À tarde, o trânsito estava normal e havia muitos ônibus nas ruas.
O prefeito do Rio, Luiz Paulo Conde (PFL), acusou os donos de empresas de ônibus de ter auxiliado na realização da greve. "Estranho uma greve bem-sucedida sem piquetes ou ações na rua, o que leva a achar que houve ação efetiva ou conivência dos patrões."
Em resposta às declarações do prefeito, o sindicato das empresas de ônibus pediu para o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) definir de quem é a responsabilidade pela greve.
Segundo a assessoria de comunicação do sindicato, os empresários tiveram dificuldades pela manhã, mas se esforçaram ao longo do dia para colocar a frota na rua, arcando com o prejuízo de pagar em dobro aos motoristas que furaram a greve, além de pagar transporte e alimentação dos motoristas.
Osvaldo Garcia, vice-presidente do sindicato dos rodoviários, disse que a categoria reivindica aumento de R$ 510 para R$ 710 (47%) e cláusulas sociais, como a redução da jornada de trabalho para seis horas, plano de saúde, cesta básica e tíquete-alimentação.
Garcia disse que o percentual de aumento é "negociável". O sindicato patronal informou aos empregados que, a partir de março, está incorporado ao salário reajuste de 8,04% relativo à correção da inflação pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) desde o último aumento.
O sindicato entregou planilha de custos à prefeitura propondo aumento do preço da passagem de R$ 0,55 para R$ 0,73. O prefeito Conde, que ontem viajou para a Suíça, disse que só analisará a planilha na volta (sábado).
Ele disse, no entanto, que só dará aumento na tarifa depois que se encerrarem as negociações salariais entre patrões e empregados. Ele negou que tenha acertado o reajuste da tarifa para R$ 0,65.
Segundo o secretário municipal dos Transportes, coronel Paulo Afonso Cunha, a greve dos rodoviários acarretou um aumento no fluxo de tráfego na cidade entre 20% e 30%, dependendo da região.
Pela manhã, com a falta de ônibus, os usuários tiveram que apelar para ônibus piratas e vans. Os ônibus ilegais cobravam cerca de R$ 2 para uma viagem do centro à zona sul, enquanto as vans cobravam R$ 3. O Rio tem 35 mil rodoviários. Hoje não há paralisação, mas haverá assembléia.

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