São Paulo, quarta-feira, 5 de março de 1997
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SP e Rio enfrentam confusão

DA REPORTAGEM LOCAL; DA SUCURSAL DO RIO

Apesar de ter começado ontem a valer a lei de doação de órgãos, os funcionários da central do Instituto de Identificação de São Paulo não perguntaram para as pessoas que requisitavam carteira de identidade se elas queriam ou não a inscrição de "não-doador de órgãos e tecidos" no documento.
Segundo o delegado de polícia Carlos Cavallini, os funcionários foram instruídos para orientar a população sobre a nova identificação. Porém uma funcionária -que pediu para não ser identificada- disse que não estava sabendo de nada. "Não estou perguntando a ninguém sobre a nova identificação. Não fui orientada para isso", afirmou a funcionária.
O instituto recebeu ontem 1.184 pedidos de carteira -95 pessoas pediram para colocar a inscrição de não-doador.
Maria José Paz Rezende, funcionária do posto de identificação da delegacia de Pinheiros, disse ontem que ninguém requisitou a carteira com inscrição não-doador, possivelmente por não saber da nova lei.
Maria José afirmou que nenhum funcionário do posto perguntou às pessoas sobre o desejo de doar ou não.
Outra opção para aqueles que não querem doar seus órgãos é a identificação na Carteira de Habilitação Nacional.
A assessoria disse que a segunda via fica pronta de um dia para o outro. Já a carteira de identidade demora 15 dias.
Rio
Com poucos funcionários, muita burocracia, máquinas e instalações em estado precário, o Instituto Félix Pacheco, no Rio de Janeiro, não está preparado para a emissão da segunda via de carteiras de identidade com a impressão "não-doador de órgãos e tecidos".
A direção da entidade reconhece que não há data para o morador obter o documento.
"No momento, é inviável emitir a carteira de não-doador. Temos dificuldades em recursos humanos, equipamentos e instalações", disse o presidente da entidade, Reinaldo Russo, 43, que foi informado ontem pelo rádio que a carteira já vigora em São Paulo.
A Assessoria de Comunicação da Polícia Civil do Rio confirmou que não há prazo para a informação constar na identidade.

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