São Paulo, quarta-feira, 5 de março de 1997
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Diversidade marca produção local

JOSÉ GERALDO COUTO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Tudo indica que o documentário brasileiro está atingindo a maturidade. Pelo menos três dos títulos nacionais em competição no 2º Festival Internacional de Documentários são de primeira qualidade. E o que é melhor: têm propostas e estilos totalmente diferentes entre eles.
O curta "Brevíssima História das Gentes de Santos", de André Klotzel, mistura documento e ficção ao reconstituir com muito humor a trajetória de várias gerações de uma família santista. Encomendado pela Prefeitura de Santos, foi o melhor curta do Rio Cine de 96.
Já os longas "O Velho" e "Terra do Mar" podem ser considerados documentários em sentido estrito, embora cada um deles aponte para uma vertente.
O primeiro, dirigido por Toni Venturi, baseia-se numa pesquisa histórica exaustiva e ostenta um tom sóbrio condizente com a sisuda figura que retrata: o grande líder comunista Luiz Carlos Prestes (1898-1990).
Venturi condensou em 105 minutos mais de 40 horas de material bruto, entre depoimentos e filmes de arquivo. Conseguiu fazer um painel bastante rico e consistente da vida do "Cavaleiro da Esperança".
Um filme diametralmente oposto -em temática e linguagem- é o poético "Terra do Mar", dirigido por Mirella Martinelli e Eduardo Caron.
Com imagens vigorosas e originais, documenta o dia-a-dia das comunidades de pescadores que vivem em uma região do litoral norte paranaense quase isolada da civilização urbana.
Pelas informações preliminares e pelo retrospecto dos realizadores, cabe esperar muito também dos filmes "Bahia de Todos os Sambas", de Paulo Cezar Saraceni e Leon Hirszman, e "Antártida, o Último Continente", de Monica Schmiedt e Alberto Salvá.

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