São Paulo, quarta-feira, 5 de março de 1997
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Clinton proíbe verba federal para clonagem de humanos

Presidente dos EUA pede suspensão temporária de experiências

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente dos EUA, Bill Clinton, proibiu ontem o uso de verbas federais em pesquisas de clonagem humana e apelou aos cientistas que usam verbas particulares nessa área para que suspendam seus trabalhos até o assunto ser revisado por comissão nomeada para examinar implicações éticas.
A medida amplia e torna mais específica proibição de 1994 que vetava a alocação de recursos do governo dos EUA para projetos que manipulem embriões humanos.
A Comissão Nacional de Consulta Biotécnica recebeu na semana passada do presidente prazo de três meses para fazer recomendações a respeito do tema.
Clinton afirmou acreditar que "cada vida humana é única, nascida de um milagre que vai muito além de um laboratório científico (...) e (que) devemos respeitar esse dom e resistir à tentação de nos replicarmos". Mas ele também reconheceu que a tecnologia de clonagem, aplicada a animais, células humanas e proteínas pode trazer "tremendos benefícios para a ciência, agricultura e medicina".
Na opinião do presidente, o assunto pode ser comparado à utilização da energia nuclear e deve ser tratado com "cuidado e cautela".
Pesquisa de opinião pública realizada pela revista "Time" e rede de TV CNN mostra que 74% dos consultados acham que a clonagem humana "é contra o desejo de Deus" (19% deles discordam dessa opinião) e 65% acreditam que o governo federal deva regulamentar até a clonagem de animais (29% são contra essa proposta). A pesquisa ainda revela que só 7% dos entrevistados gostariam de clonarem a si próprios (91%, não).

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