São Paulo, sexta-feira, 7 de março de 1997
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Sem-terra protestam contra venda da Vale

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Os sem-terra da região Sudeste que participam da marcha pela reforma agrária fizeram no início da tarde de ontem no centro de Belo Horizonte um ato público contra a privatização da Companhia Vale do Rio Doce.
A manifestação, realizada em frente ao escritório local da Vale, foi organizada pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e pela CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Participaram do ato, segundo o MST, cerca de 2.000 pessoas, entre sem-terra, sindicalistas, catadores de papel, sem-teto, bancários, estudantes e parlamentares. A Polícia Militar não fez avaliação do número de manifestantes.
No ato estavam sendo agitadas bandeiras do PT, PSB, PC do B, PSTU e da Ubes (União Brasileira de Estudantes Secundaristas).
Homens da Polícia Militar protegeram a entrada do escritório da companhia. Não houve nenhum incidente durante o ato público, que durou 30 minutos.
O presidente nacional do PT, José Dirceu, foi a Minas para participar desse ato, que não contou com a participação de nenhum integrante do Movimento de Defesa da Vale, criado em Minas Gerais em função da privatização da estatal.
"O governo e certa imprensa tentam convencer a sociedade que os sem-terra não podem lutar pela Vale. Na época da ditadura, os militares também diziam que os estudantes deviam apenas estudar", disse o presidente nacional do PT durante o discurso que fez em frente ao escritório da estatal.
"O povo não se rende; a Vale não se vende", foi a frase mais repetida pelos sem-terra, que se postaram na calçada em frente ao escritório da empresa e cantaram o hino nacional de mãos dadas. No início da noite, eles realizaram outro ato no centro, desta vez em defesa da reforma agrária.
A marcha dos sem-terra, que saiu no último dia 17 de Governador Valadares, reúne cerca de 400 trabalhadores rurais de Minas, Bahia, Espírito Santo e Rio. Eles caminharam cerca de 330 quilômetros até Belo Horizonte.

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