São Paulo, sexta-feira, 7 de março de 1997
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Cena oferece variedade de gêneros

CAMILO ROCHA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Até algum tempo atrás, contava-se nos dedos de uma mão o número de artistas pop que valiam a pena na França. A dance music, por seu caráter universalista e sua ausência de necessidade de letras e vocais, deu oportunidades a centenas de novos talentos.
Impossível falar da cena francesa sem mencionar seu patrono, o DJ e produtor Laurent Garnier. Em 92, ele já angariava respeito por seus discos e suas movimentadas noites no clube parisiense Rex.
Garnier hoje é um dos maiores DJs do mundo (tocou no Brasil em 95), e seu selo F Communications revelou talentos locais como Juan Trip, Ludovic Navarre (ou St. Germam) e Scan X. Neste mês, ele deve lançar seu novo CD, "030".
O arredio Emanuel Top é outro nome fundamental. Dono do selo Attack, lançou produções de hard trance, culminando no elogiado álbum "Spherique" (96).
Sob o pseudônimo de BBE, lançou o trance melódico "Seven Days and A Week", um hit de pistas em todo o mundo.
Há uma legião de inclassificáveis, que desconfortavelmente são encaixados no termo trip hop. Nomes como Dimitri From Paris, Air, Mighty Bop, DJ Cam e Snooze mesclam músicas de trilhas sonoras com o kitsch de Serge Gainsbourg, batidas abstratas e o que soar cool e "easy listening". Ouça a coletânea "La Yellow 357".
Existe também a disco-house de nomes como Motorbass, Eric Rug, Aleem e I:Cube, em que ingredientes dos anos 70 são recalibrados com o peso e a espacialidade dos dias de hoje.
Aos aficionados em drum'n'bass há o X-Pensive, Zend Avesta e Little J. Duas coletâneas genéricas para se iniciar são "Future Sound of Paris" e "Trance In France".
O lado ruim da história é que, seguindo o exemplo da Inglaterra, o governo francês resolveu estragar a festa dos eventos ligados à música eletrônica em geral. Novas leis de repressão estão sendo formuladas e um foi DJ preso por "incentivar o consumo de drogas" só porque estava tocando tecno.
(CR)

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