São Paulo, sexta-feira, 7 de março de 1997
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Casal teve "relação aberta"

DA REPORTAGEM LOCAL

Simone de Beauvoir (1908-1986) compôs, com Jean-Paul Sartre, o filósofo existencialista, um dos mais emblemáticos casais da Europa pós-Segunda Guerra.
Para a França, que saía com a imagem extremamente arranhada do conflito (1939-1945), por parte do país ter colaborado com o inimigo (a Alemanha), Sartre e Simone ofereceram o fim dos estreitos costumes burgueses. Entre eles, a instituição do casamento.
O primeiro encontro aconteceu em 1929. Simone diria na década de 70, em um documentário da TV francesa, que ficou intrigada e atraída "pelo rapaz vesgo que estava sempre com o terno sujo".
Aquele foi o ano em que o casal se formou, com a separação acontecendo apenas em 1980, com a morte de Sartre, aos 75 anos.
Foram décadas do que hoje se entende por "uma relação livre". Vivem em casas separadas, tomam e dividem o direito de ter amantes. E enquanto ele reflete sobre o ser, ela pensa a condição da mulher.
Em 1949, ela publica "O Segundo Sexo". Procura abolir os vários mitos sobre a feminilidade. Torna-se uma figura heróica e lendária para o movimento feminista.
Escreve romances -retratando sua geração ou os problemas da vida de um casal, como em "La Invitée" (1943)-, livros sobre filosofia e trabalhos memorialísticos.
Nesse gênero, em 1981, publica "Cerimônia de Adeus", um retrato dos últimos anos de vida de Sartre. Para parte da crítica da época, o livro foi um ato de crueldade.

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