São Paulo, sexta-feira, 7 de março de 1997
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Albânia faz acordo para evitar choques

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo da Albânia chegou a um acordo com a oposição e se comprometeu a não mais atacar os rebeldes no sul do país.
A Albânia está à beira de uma guerra civil devido à resistência armada da população contra a quebra do sistema bancário do país.
Além disso, segundo um emissário da União Européia, o presidente Sali Berisha aceitou a realização de eleições antecipadas.
"Não é uma questão de 'se', mas uma questão de 'quando'", disse na Grécia o chanceler holandês, Hans van Mierlo, que vai hoje a Tirana (a capital albanesa).
As negociações do presidente Sali Berisha com a oposição, que no país é majoritariamente de esquerda, duraram cinco horas e foram mais um indício de que o governo não controla mais a situação na região sul.
A Albânia vive um estado de emergência desde o começo da semana, com toque de recolher e censura à imprensa.
O acordo prevê o fim das ofensivas militares contra as cidades dominadas pelos rebeldes por pelo menos 48 horas, a partir de 6h (2h em Brasília) de hoje.
Em troca, o governo exige que os rebeldes entreguem armas imediatamente. O governo promete anistia aos manifestantes que não tenham cometido crimes.
Nos últimos dias, há registros de choques entre manifestantes e Forças Armadas, com vantagem para os civis.
O protesto popular é reflexo do prejuízo que a maioria dos albaneses sofreu quando instituições que operavam um sistema de aplicações chamado "pirâmide" se recusou a pagar os juros, de até 100%, que prometeram. O governo é acusado pela oposição de conivência com os banqueiros.
O governo também deve buscar um nome de consenso para substituir o primeiro-ministro Aleksander Meksi, que renunciou na semana passada. Os comunistas querem um governo de união nacional.
Ainda ontem houve conflitos. Pelo menos seis cidades do sul do país estão fora do controle do governo. Em Sarandë, um dos centros da revolta, os rebeldes levaram ontem a julgamento sumário um agente da polícia secreta -a agência "Reuter", que relatou o fato, não divulgou o resultado.
O governo dos EUA disse ontem que se prepara para retirar da Albânia 1.600 americanos.

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