São Paulo, sábado, 8 de março de 1997
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Obra-prima desconhecida

DA REDAÇÃO

Muita gente nunca ouviu falar de "Os Assassinos da Lua-de-Mel". Para outros, é apenas uma vaga lembrança. O próprio Bravo Brasil, que o anuncia em versão legendada para hoje (às 16h e à 0h), anuncia o título original, "The Honeymoon Killers".
O filme não se encontra nas locadoras de vídeo e, no mais, estou me fiando na memória para dar esse título brasileiro.
Nos guias estrangeiros, Leonard Kastle consta como autor de um filme só (é maestro de profissão). O fato é que esse filme passou como um meteoro nos cinemas, no início dos anos 70 (o branco-e-preto já havia se tornado um pecado) e sumiu do mapa.
É uma pequena e desconhecida obra-prima, concebida a partir da história de um vigarista, Ray Fernandez, que vive de responder a anúncios de mulheres solitárias e, depois, tirar-lhes o dinheiro.
Até que topa com a gorda Martha e se apaixona. Como Martha tem ciúmes do marido, a solução é matar as vítimas de Ray.
A história, real, não dá a dimensão do filme: dos enquadramentos ao ritmo, dos atores ao lindo preto-e-branco, tudo é um primor.
"Os Assassinos da Lua-de-Mel" fala de coisas como amor e morte, êxtase e dor, o horrível e o patético sabendo integrá-los com uma desenvoltura de dar inveja a muitos cineastas profissionais (exemplo: o Milos Forman de "Larry Flynt").
É puro cinema amador, feito com paixão, não com cálculo. Para quem viu, uma angústia: continuará tão forte quanto parecia no passado ou terá envelhecido?

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