São Paulo, terça-feira, 11 de março de 1997
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Anhanguera privatizada vai faturar R$ 3,5 bi

RICARDO FELTRIN
DA REPORTAGEM LOCAL

A empresa que ficar com a concessão do sistema Anhanguera-Bandeirantes deverá faturar pelo menos R$ 3,5 bilhões até o fim de seu contrato, no ano 2017.
A estimativa é do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), autarquia responsável pelo edital de concorrência do sistema, que foi aberto ontem.
Esse valor não inclui ganhos futuros do vencedor com publicidade, novos comércios abertos nas rodovias e reajustes de pedágio. Mas não desconta o dinheiro que será investido no sistema pelo vencedor (R$ 900 milhões até 1999).
O sistema Anhanguera-Bandeirantes é o mais lucrativo do governo estadual. O faturamento previsto é de R$ 200 milhões neste e no próximo ano. Em 1999, ele deverá chegar a R$ 120 milhões.
A partir daí, estima o DER, deverá haver um crescimento no faturamento anual em torno de 5% -causado pelo crescimento do tráfego de veículos e aumento nos ganhos com publicidade e concessão a novos comércios.
O governo prevê que pelo menos 50 empresas devam concorrer.
O superintendente do DER, Luiz Carlos David, diz que há possibilidade de empresas derrotadas ou mesmo políticos de oposição tentarem barrar o novo edital na Justiça -assim como ocorreu com o primeiro, cancelado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado).
"O sistema é o filé mignon das rodovias estaduais e deve causar muito interesse e disputa, pois é lucrativo", afirmou David.
Ontem, o deputado estadual Sylvio Martini (PL) e a empresa Servix -vencedora da primeira licitação, cancelada- anunciaram que vão entrar com recurso contra o novo edital.
O governo fez uma série de exigências para quem se interessar pela concorrência, internacional, e que já tem pelo menos dois grupos argentinos interessados.
Rodovia "on line"
O edital também prevê a criação de um departamento que vai controlar todos os dados sobre o sistema, a qualquer momento, em tempo real. Não há previsão de quanto esse sistema custará.
Segundo o DER, o controle de dados será feito pelo futuro administrador das rodovias por meio de software ou via Internet, e permitirá se saber quantos carros estão passando pelos pedágios, onde há acidentes, eventuais desvios e desmoronamentos a qualquer momento. Seriam instalados postos de dados por todo o sistema.

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