São Paulo, terça-feira, 11 de março de 1997
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Preso acusado de vender droga na PUC

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia prendeu o pintor Adão Carlos Silva, 28, sob a acusação de ele vender drogas aos alunos da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Com ele, os policiais dizem ter encontrado dez papelotes de cocaína.
Silva foi detido às 23h30 do último dia 7 em um bar na esquina das ruas Monte Alegre e Bartira, em Perdizes (zona oeste de São Paulo). Ele se negou a dar entrevista e disse que só irá depor na Justiça.
Há 20 dias começou a investigação dos policiais do Gape (Grupo de Apoio e Proteção às Escolas) sobre o tráfico de drogas nas proximidades da universidade. O Gape é um órgão do Denarc (Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos).
Policiais disfarçados passaram a frequentar os bares das proximidades da universidade até que teriam constatado o tráfico de drogas. Na última sexta-feira, um deles abordou o pintor no bar Docas.
"Fazendo-se passar por comprador, o policial conseguiu deter o traficante", disse o delegado fernando Quibao, coordenador do Gape. Durante a revista, os policiais encontraram a droga.
Essa foi a primeira vez que policiais do Gape efetuaram uma prisão perto de uma instituição de ensino superior. "Outros traficantes atuam na região, mas eles conseguiram escapar", disse o delegado.
A polícia não sabe quantos papelotes o acusado venderia por dia na região, mas acredita que a quantidade apreendida serviria para garantir o movimento daquele dia.
O delegado afirmou que as investigações em relação a outros traficantes que estariam agindo na região continuarão. "Temos alunos da PUC que são policiais do Gape", disse.
Prisões
Desde 17 de fevereiro, quando passou a atuar, o Gape já prendeu 20 pessoas sob a acusação de traficar drogas para estudantes. Dessas pessoas, seis já eram procuradas pela Justiça e oito foram presas só na última semana.
No total, Gape apreendeu 33 porções de maconha, 115 papelotes de cocaína e 201 pedras de crack. De acordo com o delegado, a maior parte dos traficantes foi presa por meio de denúncias anônimas pelo telefone.
Ontem, os policiais detiveram uma mulher vendendo maconha em frente a uma escola estadual na zona sul de São Paulo. "Ela disse que vendia a droga a mando do marido", afirmou o delegado. Segundo ele, das 2.289 escolas visitadas pelos policiais do Gape em São Paulo, 1.031 têm problemas com tráfico em suas proximidades.

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