São Paulo, terça-feira, 11 de março de 1997
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Assinatura de telefone poderá dobrar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA SUCURSAL DO RIO

O governo deve autorizar até o final de abril reajuste de tarifas telefônicas para atender ao modelo de privatização do setor.
Pelos estudos da Telebrás, elaborados a partir de 94, ligações urbanas precisam ser ajustadas em 200%, para compensar a redução nas chamadas de longa distância.
A redefinição das tarifas tem como pressuposto a eliminação de subsídios cruzados. Com isso, aumentaria o preço de venda do sistema Telebrás.
Para o ministro Sérgio Motta (Comunicações), o aumento em si não importa muito, mas sim o seu resultado final. O ministro tem repetido que "a cesta de serviços da Telebrás manterá o mesmo nível de faturamento".
Ele negou, no entanto, a intenção de aumentar as tarifas telefônicas em abril. "Não temos nenhum aumento programado", disse. Só confirmou que antes da privatização haverá uma reestruturação do sistema tarifário.
A Folha apurou que a assinatura básica, que hoje é de R$ 3,71, passaria a qualquer coisa entre R$ 7,00 e R$ 8,00, se dependesse da Telebrás, o que representaria um reajuste entre 89% e 116%.
Discute-se no governo se esses índices serão aplicados de uma única vez e a curto prazo.
Técnicos ligados à telefonia acreditam que seria possível fazer tudo de uma vez. Mas avalia-se que o Ministério da Fazenda poderá barrar essa idéia devido aos efeitos sobre a inflação.
Para justificar uma reposição única, os especialistas argumentam que os níveis inflacionários -próximos de zero- estimados pelo governo para este e o próximo mês estão propícios a uma recomposição nos preços das tarifas.
O valor patrimonial da Telebrás é hoje de R$ 27,7 bilhões, mas já alcança cerca de R$ 32 bilhões pelo valor no mercado das ações.
A reestruturação tarifária permitiu à estatal ter um lucro de R$ 3,2 bilhões em 1996, contra R$ 1,1 bilhão no ano anterior. A recomposição tarifária representa, portanto, faturamento adicional para quem adquirir as teles -subsidiárias estaduais da Telebrás.

Colaborou a Sucursal do Rio

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