São Paulo, terça-feira, 11 de março de 1997 |
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Malan diz que viagem foi para 'esfriar' especulações cambiais Disputas comerciais com a Argentina ficaram em segundo plano MILTON GAMEZ
É o que disse Malan após reunir-se com banqueiros na posse da nova diretoria da Associação Brasileira de Bancos Comerciais e Múltiplos, em São Paulo. "Não fomos a Buenos Aires para negociar cotas de exportação de automóveis de empresas A, B ou C. Atendemos sugestão feita no final do ano passado pelo ministro argentino Roque Fernández (Economia) e fomos explicar aos formadores de opinião porque nos causava espécie certas discussões que não são relevantes no Brasil, mas que na Argentina apareciam com grande exuberância e aflição -como perspectivas de maxidesvalorização do real num fim-de-semana", afirmou o ministro. Para exorcizar o fantasma da máxi nos Pampas e travar discussões sobre assuntos macroeconômicos do país, Malan levou consigo o secretário de Política Econômica do ministério, José Roberto Mendonça de Barros. Ambos participaram de um encontro com 360 empresários argentinos e brasileiros. Os ministros Malan e Luiz Felipe Lampreia (Relações Exteriores) reuniram-se também com o presidente Menem, que visitará o Brasil em abril. Apesar de Malan minimizar o aspecto do comércio bilateral, os dois parceiros do Mercosul estão aparando arestas decorrentes do maior intercâmbio comercial, favorável à Argentina. Os dois governos devem fechar, em até 30 dias, acordos sobre a política automotiva e outros temas de conflito, como as restrições à entrada de produtos brasileiros na Argentina (pneus, café solúvel, têxteis e açúcar) e a exportação de couro. Em contrapartida, o Brasil terá de eliminar os regulamentos internos que dificultam a importação de remédios, lubrificantes e alimentos argentinos. O acordo automotivo deverá fixar a quantidade de veículos de montadoras argentinas não-instaladas no Brasil que poderá ser vendida no mercado nacional em condições mais favoráveis -contrapartida aos benefícios fiscais concedidos àquelas que se instalarem no Nordeste. Texto Anterior: País importa mais 85 mil carros argentinos Próximo Texto: Reajuste de tarifas faz Bolsa subir 2,6% Índice |
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