São Paulo, terça-feira, 11 de março de 1997
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Villa-Lobos ganha "revival" multimídia

IRINEU FRANCO PERPETUO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Um filme, um espetáculo teatral e muitos CDs -além do CD-ROM- marcam um verdadeiro "revival" de Villa-Lobos.
O filme é "O Descobrimento do Brasil", de Humberto Mauro, cuja trilha sonora foi escrita pelo compositor. Datando de 1937, ele foi restaurado e tem reestréia nacional planejada para abril.
Baseado na música de "O Descobrimento do Brasil", o Sesi de Minas Gerais planeja a montagem de um espetáculo teatral para maio.
E a indústria fonográfica internacional parece ter finalmente descoberto o filão Villa-Lobos. Têm sido feitas várias gravações de suas obras instrumentais, camerísticas e sinfônicas.
O violonista Fábio Zanon deve gravar, para o selo Music Master, a integral para violão solo do compositor. Seu disco deve incluir a primeira gravação da versão revisada do "Estudo nº 10", com 17 compassos a mais do que a que é habitualmente executada.
Já o violonista Ricardo Simões, no disco "Divagações Poéticas" (Paulus), realizou a primeira gravação da "Valsa de Concerto nº 2", que Villa-Lobos escreveu aos 17 anos e se encontrava perdida. A obra foi descoberta por Amaral Vieira em 96 e, como estivesse incompleta, foi finalizada pelo próprio Simões.
Como a gravação de Anna Stella Schic é dificílima de achar, ganham muita importância as duas integrais da obra para piano solo de Villa-Lobos que estão sendo realizadas pelas pianistas Alma Petchersky (para o selo ASV) e Débora Halasz (para a Bis).
Quanto aos quartetos de cordas, há três versões competindo. O Quarteto Amazônia lançou um CD duplo, pela Kuarup, com os quartetos de nº 7 a nº 11, completando a integral que havia sido iniciada nos anos 80 pelo Quarteto Bessler-Reis e foi interrompida com a dissolução do grupo.
Nesse meio tempo, porém, sugiram dois competidores de peso. O Danubius, quarteto feminino da Hungria, lançou sua integral pela Marco Polo; e o excelente Quarteto Latino-Americano, do México, está gravando a sua pela Dorian.
Continua faltando uma grande integral das "Bachianas brasileiras" (as três existentes, de Villa-Lobos, Enrique Bátiz e Isaac Karabitchevsky, são irregulares), mas têm aparecido boas versões isoladas delas. Destaque para a versão da nº 2 de Eduardo Mata (Dorian), a nº 8 de Jesús Lopez-Cobos (Telarc) e o generosíssimo álbum "Alma Brasileira", de Michael Tilson Thomas (BMG), com as "Bachianas" nº 4, 5, 7 e 9. "Alma Brasileira" traz, ainda, o "Choros nº 10".

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