São Paulo, terça-feira, 11 de março de 1997
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Vaticano cria relações com Líbia e irrita americanos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Vaticano estabeleceu ontem relações diplomáticas completas com a Líbia e nomeou o arcebispo José Sebastián Laboa para o cargo de núncio no país.
A decisão desagrada duplamente aos Estados Unidos: primeiro porque o Vaticano contribuiu para tirar o regime do coronel Muammar Gaddafi do isolamento; segundo porque dom José já se envolveu em atritos com Washington.
Ele era núncio (embaixador do Vaticano) na cidade do Panamá quando, em 1989, decidiu dar asilo ao general Manuel Noriega, homem forte do país, que era perseguido pelo governo americano.
O porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro-Valls, disse que a decisão se deveu aos "resultados positivos" da Líbia no campo da liberdade religiosa.
Ele disse esperar uma reação internacional favorável.
Entretanto, a Líbia é apontada, junto com Irã e Síria, como um dos principais pontos do terrorismo internacional. A principal preocupação do Vaticano, aparentemente, são os 50 mil católicos do país.
Mas essa decisão, somada com o anúncio da visita do papa a Cuba, leva as relações entre o Vaticano e os EUA para seu pior nível.
No mês passado, quando surgiram as negociações para o estabelecimento de relações plenas, os EUA pediram que o isolamento à Líbia fosse mantido.

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