São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 1997
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Encanto e terror

DA REDAÇÃO

No recente "Twister", a engenhoca que os cientistas tentam instalar no interior de um tornado chama-se, não por acaso, Dorothy.
Justa evocação da Dorothy de "O Mágico de Oz" (TNT, 21h), a menina que viaja num furacão e enfrenta os muitos perigos e aventuras reservados pela terra de Oz.
O maior desses perigos talvez seja o risco que Dorothy correu de ser interpretada por Shirley Temple, a garota que encantava a América nos anos 30.
Era o que a Metro queria. Não houve acordo e o papel acabou mesmo com Judy Garland. O tempo preservou Garland e foi cruel com os encantos bem mais superficiais de Temple.
O filme conclui-se com a célebre constatação de que não há melhor lugar no mundo do que o lar. Perfeito para o mundo de 1939, suspenso entre as incertezas da Depressão que terminava e as da guerra que começava.
Foi ali que Dorothy/Judy se instalou também: entre o encanto e o terror. Oz tem algo de terrível na enunciação da fantasia, já que evoca a hipótese de se tornar incontrolável.
O roteiro tenta mitigar essa característica -com a referência pacificadora ao lar. Mas algo escapa a essa intenção: seja pela angústia que Judy transmite, seja pela guerra que estourou, com suas decorrências bem conhecidas.

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