São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 1997
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Villa-Lobos ganha "revival" multimídia

IRINEU FRANCO PERPETUO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Um filme, um espetáculo teatral e muitos CDs -além de um CD-ROM- marcam um verdadeiro "revival" de Villa-Lobos.
O filme é "O Descobrimento do Brasil", de Humberto Mauro, cuja trilha sonora foi escrita pelo compositor. Datado de 1937, ele foi restaurado e tem reestréia nacional planejada para abril.
Baseado na música do filme, o Sesi de Minas Gerais planeja a montagem de uma peça de teatro para maio. O diretor José Possi Neto foi sondado, mas ainda não há nada definido.
E a indústria fonográfica internacional parece ter finalmente descoberto o filão Villa-Lobos. Têm sido feitas várias gravações de suas obras instrumentais, camerísticas e sinfônicas.
O violonista Fábio Zanon deve gravar em outubro, para o selo Music Master, a integral para violão solo do compositor. Seu disco deve incluir a primeira gravação da versão revisada do "Estudo Nº 10", com 17 compassos a mais.
Já o violonista Ricardo Simões, no disco "Divagações Poéticas" (Paulus), realizou a primeira gravação da "Valsa de Concerto Nº 2", que Villa-Lobos escreveu aos 17 anos e se encontrava perdida.
Como a gravação de Anna Stella Schic é dificílima de achar -quer no Brasil, quer no Exterior- ganham importância as duas integrais de sua obra para piano solo que estão sendo realizadas pelas pianistas Alma Petchersky e Débora Halasz.
Quanto aos quartetos de cordas, já há três versões competindo no mercado. O Quarteto Amazônia lançou um CD duplo, pela Kuarup, completando a integral que havia sido iniciada pelo Quarteto Bessler-Reis e foi interrompida com a dissolução do grupo.
Nesse meio tempo, porém, surgiram dois competidores de peso. O Danubius, quarteto feminino da Hungria, lançou sua integral pela Marco Polo; e o excelente Quarteto Latino-Americano, do México, está gravando a sua pela Dorian.
Continua faltando uma grande integral das "Bachianas Brasileiras" (as três existentes, de Villa-Lobos, Enrique Bátiz e Isaac Karabitchevsky, são irregulares), mas têm aparecido boas versões isoladas delas. Destaque para a versão da nº 2 de Eduardo Mata (Dorian), a nº 8 de Jesús Lopez-Cobos (Telarc) e "Alma Brasileira", de Michael Tilson Thomas (BMG), com as "Bachianas" nº 4, 5, 7 e 9.
Uma boa versão dos "Choros Nº 10" está disponível no catálogo da Dorian, com o maestro Eduardo Mata e a Orquestra Sinfônica Simón Bolívar, da Venezuela. Com Mata, ainda, a Dorian tem o balé "Uirapuru", em leitura vigorosa.
Vale ressaltar, ainda, o surgimento de gravações de sinfonias de Villa-Lobos. O maestro Roberto Duarte lança, pela Marco Polo, seu quarto disco com a Orquestra Sinfônica da Rádio Eslovaca.

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