São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 1997
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Surpresas marcam Prêmio Shell carioca

MÁRIO MOREIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Duas surpresas marcaram a entrega do 9º Prêmio Shell para o Teatro Brasileiro da temporada carioca de 96, anteontem à noite no teatro João Caetano (centro).
As surpresas foram os prêmios concedidos a Betty Gofman (melhor atriz por "O Burguês Ridículo") e a Adriano Guimarães, Fernando Guimarães e Hugo Rodas (melhor direção por "Dorotéia").
Gofman conseguiu seu primeiro prêmio importante no Brasil superando a favorita Zezé Polessa, que concorria por "Florbela Espanca - A Bela do Alentejo".
Em 1994, Betty ganhara o prêmio principal em um festival em Munique (na Alemanha), por sua atuação em "Orlando".
No prêmio de direção, a surpresa ficou por conta do fato de os vencedores fazerem carreira em Brasília e de terem ganhado com sua segunda montagem no Rio.
"Achei que não teríamos chance por ser um prêmio carioca. Os movimentos culturais de Brasília ainda não são muito conhecidos", disse Fernando Guimarães.
O prêmio de melhor ator foi para Diogo Vilela, que concorreu por "Metralha", em que interpreta o cantor Nelson Gonçalves.
Vilela, que é carioca, destacou o fato de ter ganhado seu primeiro prêmio no Rio. "Meu trabalho sempre foi mais reconhecido em São Paulo", disse.
Na categoria de melhor autor, os agraciados foram Domingos de Oliveira e Priscilla Rosenbaum, pela peça "Amores".
Ulysses Cruz ganhou o prêmio de melhor cenógrafo, por "A Dama do Mar". Patrício Bisso ficou com o prêmio de melhor figurinista por "Metralha".
Liliane Secco obteve o prêmio de melhor música, com "As Quatro Carreirinhas". Aurélio De Simone levou o de iluminação por seu trabalho em "Roberto Zucco".
Na categoria especial, foi premiado o grupo Nós do Morro, que há 11 anos trabalha junto à comunidade carente do morro do Vidigal (na zona sul do Rio).
Cada vencedor ganhou R$ 3.500 e um troféu do artista plástico italiano Domenico Calabroni.
A cerimônia de premiação incluiu uma homenagem ao compositor Chico Buarque, por sua obra como autor de trilhas sonoras para o teatro.
Foram apresentadas 17 composições de Chico feitas para peças de teatro, como "Ópera do Malandro", de 1977, e "O Grande Circo Místico", de 1982.
Apesar da homenagem, o compositor não compareceu. Estiveram presentes sua ex-mulher, Marieta Severo, e sua filha Sílvia. Marieta afirmou que Chico não foi porque estava gravando.
"Vou dizer ao Chico que ele gostaria da homenagem", afirmou Marieta, que não respondeu se o casal está se reconciliando.

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