São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 1997
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Petrobrás pode levar multa de R$ 40 mil por vazamento

Óleo atingiu 4.000 m2 de manguezais, em Duque de Caxias

WILSON TOSTA
DA SUCURSAL DO RIO

Na próxima quarta-feira, a Ceca (Comissão Estadual de Controle Ambiental) receberá da Feema (Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente) o auto de constatação e o relatório técnico sobre o vazamento de óleo ocorrido na segunda-feira na Reduc (Refinaria Duque de Caxias/RJ).
A partir deles, a Ceca vai decidir se multará ou não a estatal. O valor da multa pode chegar a 44 mil Ufirs (Unidades Fiscais de Referência) -hoje, R$ 40.075,20.
O diretor de Controle Ambiental da Feema, Roberto Padula, disse ontem que somente em "alguns anos" os manguezais atingidos pelo vazamento de óleo ocorrido na segunda-feira se recuperarão totalmente do acidente.
As áreas de mangue à beira-mar são consideradas pelos ecologistas como fundamentais para manter o equilíbrio ecológico nos oceanos, pois nelas ocorre reprodução de peixes e outros seres marinhos.
Uma equipe da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa fluminense avaliou ontem em 4.000 m2 a extensão dos manguezais afetados. O acidente, disse Padula, foi de "médio porte". O trabalho de limpeza do mar, disse, deve estar pronto em 15 dias.
Segundo a Feema e a Petrobrás, 600 mil litros de óleo -o equivalente a 20 caminhões-tanque- vazaram do duto rompido.
Ontem, a Feema e a Petrobrás continuavam o trabalho de limpeza. Para evitar que o óleo se espalhasse, foi feita uma barreira em terra e foram colocados no mar obstáculos flutuantes, formando uma muralha. O combustível está sendo sugado por embarcações.
Petrobrás
O superintendente da Petrobrás para Dutos e Terminais do Sudeste, Pedro Guilherme Telles de Menezes, disse à Folha que se preocupava mais ontem com recolher o óleo que com a eventual multa que poderia ser aplicada à empresa.
Menezes disse que a tubulação afetada, de 16 polegadas de diâmetro, teve um rompimento de 10 a 15 centímetros, num ponto que fora anteriormente soldado.
A Petrobrás informou oficialmente ontem que o vazamento aconteceu quando o óleo era transferido para o terminal da ilha D'Água. O duto tem seis anos e conta com sistemas de proteção contra corrosão, disse a empresa.

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