São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 1997
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Indústria demite um terço em sete anos, afirma IBGE

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

A indústria brasileira diminuiu em mais de um terço (34,3%) o total de suas vagas nos últimos sete anos, período em que houve queda consecutiva do nível de emprego no setor.
Em 1996, em relação a 1995, os empregos na indústria caíram 11,1%, segundo informou o IBGE.
A queda do emprego em relação ao ano anterior é recorde na década. O maior índice de desemprego havia sido em 1991, com 10,1%. O IBGE divulgou ontem sua pesquisa industrial mensal de emprego, salário e valor da produção.
São Paulo liderou a queda do nível de emprego no ano. A indústria paulista fechou 13,5% das vagas no período. Somente o segmento de perfumaria, sabões e velas registrou aumento de vagas (0,8%).
Os três setores que mais demitiram no Estado sofreram com a concorrência externa. Foram eles, vestuário (27%), têxtil (25,8%) e mecânica (20,5%). O segundo Estado que mais demitiu no ano foi o Rio de Janeiro, com o fechamento de 10,4% das vagas.
Os campeões de demissões, no Rio, foram os setores de couros e peles (29,1%), material de transporte (19,6%) e têxtil (18,1%). Somente as indústrias farmacêutica (4,1%) e extrativa mineral (1%) tiveram aumento do contingente de mão-de-obra.
No país, em todas as áreas investigadas e em praticamente todos os 22 subsetores pesquisados, houve queda do emprego. As exceções foram, segundo o IBGE, os setores de fumo (3,4%) e farmacêutico, em que praticamente houve estagnação (aumento de 0,1%).
Na comparação com novembro, a queda do emprego em dezembro foi de 1,3% no país. O Rio de Janeiro foi o recordista do mês, com queda de 2,1%. São Paulo teve redução de 1,1%. Em Minas Gerais houve queda de 1,5%; no Nordeste, de 1,4%; e no Sul, de 0,9%.
Os setores que mais demitiram em relação a novembro foram os de mobiliário, com 3,5%, e o de vestuário, com 3,4%. Houve aumento do emprego nos ramos de mecânica (1,3%) e papelão (0,2%).
Em comparação com dezembro do ano passado, a redução do emprego na indústria no país ficou em 7,2%. Rio de Janeiro, com queda de 11,5%, e São Paulo, com redução de 9,7%, lideraram o fechamento de vagas na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo o IBGE.

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