São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 1997 |
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Técnico do Itaperuna faz 'strip' em protesto ao juiz
MARCILIO KIMURA
O treinador se revoltou com a atuação do juiz José Carlos Santiago (RJ), que expulsou três jogadores de sua equipe. E também com o assistente de árbitro (bandeirinha), João José Loureiro (RJ), que validou o terceiro gol vascaíno, de Edmundo, que, segundo Matta, estava impedido. Após a última expulsão, do meia Manuelzinho, ocorrida aos 30min do segundo tempo, Matta entrou em campo aparentemente calmo, tirou a camisa e depois abaixou as calças. A torcida começou a cantar a música "A Dança do Bum-Bum", do grupo de samba Tchan, e a gritar "tira, tira". "Não me arrependo do que fiz. Expressei minha revolta contra a injustiça", disse Matta, ontem, por telefone. Alvo O técnico explicou que o ato foi direcionado, acima de tudo, à corrupção no futebol carioca. Segundo ele, a supremacia dos times grandes do Rio (Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo) independe de qualquer elenco que os "pequenos" formem. "É tudo carta marcada. Quando empatamos o jogo ontem, o juiz começou a prejudicar o Itaperuna. Íamos vencer o jogo". Sobre uma punição que possa ser aplicada sobre sua exibição, ele não está se importando. "Que punição posso levar? Suspensão por alguns jogos ou ser banido do futebol? Já abdiquei do trono", declarou. O presidente do Itaperuna, Norton Nassif de Mendonça, além de não impor nenhuma multa ou advertência, deixou o cargo vago para Matta voltar quando quiser. "Ele foi o responsável pela melhor campanha de nossa história. Ano passado ficamos em quinto, sem nenhum jogador de nome", disse. Rede e mar Matta não sabe se vai conseguir trabalhar em uma profissão que não seja em futebol. "Vou vender meu apartamento, porque o clube não paga meu salário, e, depois, descansar", revelou. O destino é sua cidade natal, Itaparica, na Bahia. Texto Anterior: Santos paga multa para trazer Muller Próximo Texto: Time está em último lugar Índice |
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