São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 1997 |
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Inti Illimani conserva raiz popular latina
LUIZ ANTÔNIO RYFF
O nome do grupo já dá uma pista do tipo de música. Inti Illimani significa "Sol da montanha" em quíchua, a língua dos índios quíchua, habitantes do Peru, do Equador, da Bolívia e do norte do Chile e da Argentina. O Inti Illimani começou a carreira há 30 anos, como um quinteto, formado por amigos de universidade em Santiago. O grupo tocava música instrumental andina. Com o passar do tempo, acabou modificando aos poucos -e um pouco- o estilo. Em entrevista por telefone à Folha, de Santiago, o violonista Horacio Salinas, 46, diretor musical do conjunto, diz que as mudanças foram provocadas pelas alterações na formação do grupo e pela experiência de exílio. O grupo passou 15 anos na Itália -em função do golpe de Estado no Chile, em 1973, comandado pelo general Augusto Pinochet. Nesse período, acabaram incorporando instrumentos e influências. Hoje, o grupo tem oito pessoas -seis chilenos, um equatoriano e um cubano- que tocam 30 instrumentos, entre os quais o charango (espécie de cavaquinho feito de um corpo de um animal), o guitarrón mexicano (espécie de baixo), flautas andinas e o dulcimer (uma espécie de cítara de origem persa). "Fazemos música de raiz popular latino-americana", afirma Salinas, explicando que existe uma preocupação de fusão de estilos e ritmos. Essa "música de raiz latino-americana" exclui, entretanto, o Brasil. Salinas acredita que, musicalmente, o Brasil e a América Latina são continentes distintos. "Chico (Buarque) nos disse uma vez que, em relação à América Latina, ele sentia o Brasil como a Austrália. Um pouco distante e só", diz Salinas. Olodum O Inti Illimani -que já esteve outras três vezes no Brasil- mostrará um show especialmente concebido para o Percpan 97. O grupo se apresenta na quinta-feira e no sábado. E também participará de um workshop na sexta-feira, às 10h. "Vamos mostrar mais os aspectos da percussão com raízes chilenas e latino-americanas do que o nosso trabalho vocal", diz Salinas. Sabendo da tradição de jam sessions que ocorrem fora do palco do Percpan, Salinas avisa que o grupo está ansioso por participar desses encontros. E escolhe o preferido para improvisos longe dos palcos. "O Olodum é fantástico. Vimos o grupo na Bahia. E adoraríamos fazer uma jam session com ele." Texto Anterior: Público do filme de Parker no país é de 580 mil Próximo Texto: Inscrições já estão abertas Índice |
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