São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 1997
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O mal como destino

DA REDAÇÃO

"A Marca da Pantera" (USA, 14h), de Paul Schrader, é uma refilmagem de "Sangue de Pantera", clássico de horror feito por Jacques Tourneur no início dos anos 40.
"Sangue" é um filme mais forte, insubstituível, e pode ser visto como uma fantasia em torno da sexualidade impossível. Simone Simon é a mulher que, ao se aproximar dos homens (que ama, sobretudo) transforma-se em um feroz felino.
Paul Schrader não se limitou a copiar Tourneur. Deu à personagem feminina (aqui Nastassia Kinski) um irmão (Malcolm McDowell).
Com isso, a maldição deixa de ser psicológica para ser metafísica. O mal se abate sobre certos seres, sem clemência e independente de seus atos.
Schrader acrescenta sugestões de incesto entre os irmãos, o que não é, no caso, uma forma de sensacionalismo, mas de acentuar o dramático isolamento das personagens.
Schrader faz um filme protestante (ele, que estava destinado a ser pastor) e um de seus melhores trabalhos: é a idéia da predestinação que agita com toda força. Mas o que o distingue, que talvez seja a base dessa força, é o autêntico sentimento de desespero que, a cada sequência, a cada plano, se cola na tela com intensidade.

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