São Paulo, domingo, 16 de março de 1997
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Piloto parecia guiar distraído

FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os colegas que conviveram com José Carlos Pace nas pistas o descrevem como uma pessoa distraída, simples e muito veloz.
"Parecia que estava guiando distraído", disse Anísio Campos, 64, designer e ex-companheiro de Pace em categorias nacionais.
"Na década de 60, fizemos uma prova em Interlagos correndo no sentido contrário da pista", afirmou. "Ficamos todos parados no lago, impressionados com a maneira rápida como o Moco entrava na curva. Sua fisionomia, no entanto, não mudava."
Campos, que emprestou um Gordini para a primeira corrida de Pace, em Interlagos, fingiu até ser banqueiro para financiar sua carreira na Europa. A vítima do "golpe" foi o hoje todo-poderoso Frank Williams.
"Encontramos o Frank em Londres e eu fingi ser um banqueiro, para pressioná-lo a emprestar um carro de F-3 ao Moco. Ele caiu."
Outro ex-piloto, Jan Balder, 50, confirma a fama de distraído de Pace. "Ele era desligado. Eu adorava seu jeitão simples", disse. "O Pace era um romântico."
Segundo Balder, Pace morreu quando começava a se adequar ao profissionalismo da F-1.
"Quando ele venceu o GP Brasil, sentou com o Gordon Murray (projetista da Brabham) e discutiu alguns problemas do carro. Era sinal que estava aderindo às exigências do profissionalismo."
Para Balder, Pace era um piloto nato. "O último romântico", diz.
(FSx)

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