São Paulo, domingo, 16 de março de 1997 |
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Dedicação exclusiva; Deturpação; Aids; População de Cananéia; Humor francês; Regra civilizada Dedicação exclusiva "Com relação ao artigo 'Pós-graduação ameaçada' (10/3), de Júlio César Voltarelli, o CNPq informa que o regime de dedicação exclusiva, com bolsas para o desenvolvimento das atividades de pesquisa, foi criado por resolução normativa em 1984 e é de amplo conhecimento da comunidade científica e tecnológica do país. Estudos demonstraram que os candidatos com dedicação exclusiva concluem os cursos com prazo mais curto, trazendo grandes benefícios ao disponibilizar os resultados das suas pesquisas para a sociedade. Os valores das bolsas são vinculados aos salários dos orientadores, atendendo uma lógica de proporcionalidade. Não é correto o bolsista receber uma bolsa com valor equivalente ao do orientador, que investiu muitos anos de estudos para chegar nesse patamar. A cada ano temos visto crescer a demanda por bolsas do CNPq. Cabe-nos o desafio de acompanhar e avaliar as pesquisas, como também assegurar a correta aplicação dos recursos públicos. Ao fazer a opção por uma carreira acadêmica e de dedicação exclusiva, o pesquisador, por exemplo da área médica, deve ter pleno conhecimento e consciência do que ela representa em termos financeiros. Realizar pesquisas nesse campo com dedicação exclusiva significa equiparar-se a profissionais de outras áreas, como engenharia, direito, odontologia etc., que recebem bolsas do mesmo valor que os da medicina." José Galizia Tundisi, presidente do CNPq -Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Brasília, DF) Deturpação "A propósito da nota publicada no 'Painel' de 9/3, 'Tucano malufista', devo esclarecer o seguinte: eu, o vereador paulistano Alberto 'Turco Loco' Hiar (PSDB), nunca sumi e jamais fugirei às minhas responsabilidades. A instalação de uma CPI contra Pitta não depende apenas de minha assinatura e sim dos votos de 28 vereadores com assento na Câmara Municipal para sua aprovação. Fosse-me dado o direito de votar pela maioria absoluta (28 vereadores), ela já estaria aprovada! Acredito que o próprio prefeito também gostaria de vê-la instalada, assim tudo seria esclarecido e os eventuais culpados punidos. Não queiram crucificar este vereador, jogar-me contra a opinião pública, criar a falsa impressão de que sou o culpado pela não instalação da CPI. Espero que aqueles que hoje estão propondo mais essa CPI não façam dela um palanque político; já tentaram muitas e, creio eu, não as levaram muito a sério, pois na última CPI que propuseram, a do PAS, dois vereadores do próprio partido que a propôs não votaram. Por favor, não deturpem a verdade. Como o vereador mais votado do PSDB, mereço fidelidade nas informações jornalísticas relativas à minha atuação, em respeito à confiança que me foi dada pelos mais de 40 mil eleitores!" Alberto "Turco Loco" Hiar, vereador pelo PSDB (São Paulo, SP) Resposta do jornalista Kennedy Alencar, editor do "Painel" - Para ser instalada, uma CPI precisa ser aprovada em plenário. Para isso, é necessário um requerimento de 19 vereadores. Dos partidos de oposição, faltava somente a assinatura de Turco Loco. Ele não compareceu à Câmara paulistana nos dias 5, 6 e 7 deste mês. Aids "Com relação à reportagem de 14/3 sob o título 'Aids avança, mas não assusta periferia', esclarecemos que o Ministério da Saúde está promovendo uma série de ações para conter o avanço da Aids entre mulheres. O Programa Nacional de DST/Aids do ministério criou em fevereiro de 97 um comitê assessor para apoiar na formulação de diretrizes e políticas de prevenção e controle das doenças sexualmente transmissíveis/Aids em mulheres. O Programa de Aids financia 26 projetos de ONGs que trabalham com população feminina, dos quais 23 são direcionados a mulheres em geral e três para profissionais do sexo. A cidade de São Paulo recebeu do Ministério da Saúde R$ 2.375.818,00 no período de 13 de abril de 1994 a 5 de fevereiro de 1996. Em bens patrimoniais permanentes (equipamentos e material), o Ministério da Saúde destinou para projetos de Aids no município de São Paulo R$ 178.355,85." Pedro Chequer, coordenador do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde (Brasília, DF) * "Muito me surpreende a Folha usar como manchete do dia 13/3 a notícia de que houve uma queda no número de mortos por Aids, sendo que no corpo da reportagem há uma grave denúncia em relação à mudança de perfil das vítimas: apresenta um crescimento alarmante (mais de 50%) de infecção e morte entre as mulheres. Esse tipo de procedimento é um desserviço à população. Um jornal com a tiragem que a Folha tem deveria usar suas manchetes como um alerta à saúde pública e aos governos. Um jornal desse porte deveria ter como prática usar tanto as chamadas como o corpo do artigo para informar com seriedade o leitor." Marina MacRae (São Paulo, SP) População de Cananéia "Somos leitores deste respeitável e confiável noticioso e por essa razão observamos que na Folha de 3/3, na tabela intitulada 'Conheça a população de todos os municípios paulistas', Cananéia está com 7.483 habitantes, quando o IBGE de Registro, por meio do censo de 1995, apresenta 10.348 habitantes para o município." Marcelo dos Santos Oliveira Rosa, prefeito de Cananéia (Cananéia, SP) Nota da Redação - A população de Cananéia, segundo o Censo de 1996, é de 7.483 habitantes. O número a que se refere o prefeito é uma projeção para 1995 feita pelo IBGE a partir dos dados do Censo de 1991. Cananéia perdeu população em relação a 1991 porque cedeu área e habitantes para a criação, em 1993, do município de Ilha Comprida. Humor francês "O presidente Chirac afirma que o Brasil é um país sério, ao contrário do que dissera de Gaulle em 1963. Afinal, qual dos dois é o gozador?" Gilson Pacheco (Belo Horizonte, MG) Regra civilizada "Dirigentes do Creci e donos de imobiliárias, na impossibilidade de explicar por que as 'forças de mercado' não restabelecem, após mais de 30 meses, a média histórica dos aluguéis residenciais (entre 0,5% e 0,8% do valor do imóvel), como prometiam nas páginas desta Folha ao defender a liberalização do mercado antes do Plano Real, tentam agora nos convencer que essa média foi, misteriosamente, elevada para um intervalo entre 0,8% e 1% do valor do imóvel. Aumentando a desinformação, denominam a tentativa de consolidar essa alta dos aluguéis de 'promoção'. Apenas confirmam por que o controle dos aluguéis é a regra geral em países civilizados." Mário Ferreira Presser, do Instituto de Economia da Unicamp -Universidade Estadual de Campinas (Campinas, SP) Texto Anterior: Despotismo e confusão Índice |
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