São Paulo, domingo, 16 de março de 1997
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Carro mostra personalidade do dono

DA REPORTAGEM LOCAL

Há muito mais em que se pensar na hora de comprar um carro novo do que no dinheiro. O tipo de uso, o estado civil, os filhos, entre outros fatores, podem -e devem- influenciar na decisão.
Pesquisas das montadoras Fiat, Ford e Volkswagen (contatada, a GM não respondeu à reportagem) mostram que 90% dos compradores de peruas são casados.
"Esse dado aponta que o comprador de perua quer espaço para levar as coisas dos filhos pequenos", diz o consultor de pesquisas da Volks, Massashi Kobayashi.
O fator que levou o comerciante Romildo Loureiro a comprar uma Parati foi o nascimento dos filhos. Ele iniciou sua "carreira" com um Gol, passou para um Escort XR3 e, depois do casamento, se viu obrigado a comprar a perua.
Já os carros pequenos, ou "populares", segundo as pesquisas, são mais procurados por jovens.
À medida que aumenta a categoria do carro, sobem a idade e a renda do comprador. Quem compra um Gol tem, em média, 35 anos, um Santana, 49.
O gerente de marketing da Ford, Herivelto Souza, diz que o primeiro fator de compra no segmento dos "populares" é o preço: "Se o valor couber no bolso, o consumidor vai se interessar pelo carro, caso contrário, vai procurar outro".
O gosto pelo veículo também deve ser considerado. Nem sempre compensa comprar um carro barato, se as linhas não agradam.
Outras preocupações devem ser o motor, a economia de combustível e o modo de dirigir. Motoristas que andam em baixas velocidades devem evitar modelos esportivos.
Sequência
Cada carro traz um pouco da história do proprietário, como personalidade, idade, situação financeira e gostos pessoais.
A sequência do consumidor brasileiro se desenvolve basicamente assim: o motorista jovem, que acabou de tirar habilitação, compra um "popular". Além de mais baratos, são mais econômicos.
Anos depois, com mais de dinheiro no bolso, troca por outro mais potente. Ao casar e ter filhos, busca um com bom espaço interno. Com o crescimento dos filhos e, principalmente, com a conta bancária mais polpuda, opta pelo conforto de um sedã.
Um exemplo desse trajeto é José Guerra, 34. Seus primeiros carros foram um Uno e um Gol, "mais baratos e mais econômicos". Quando juntou dinheiro, trocou por um Tipo, buscando conforto e espaço para as viagens.
Casado, e esperando o segundo filho, Guerra comprou uma perua Quantum. "Tem espaço para transportar as crianças e, no porta-malas, jogo as tranqueiras", diz.
Adriana Medeiros, 29, tem dois carros em sua casa. O Mille, usado para rodar na cidade, e o Santana, reservado ao pai. "É mais confortável e faz mais o seu perfil", diz.
O empresário Isaac Dryzun optou por um Omega. Apesar de dirigir quase sempre sozinho, ele garante que o conforto é decisivo. "Depois do Omega, não quero mais trocar de carro", diz.

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