São Paulo, segunda-feira, 17 de março de 1997
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Agenda de funerária será analisada

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia começa a destrinchar nesta semana o conteúdo de uma agenda apreendida na funerária Souza, localizada em Carapicuíba (Grande São Paulo).
No último dia 2, sete pessoas foram presas no local acusadas de fazer parte da máfia dos papa-defuntos, composta por quadrilhas de falsificadores de atestados de óbito que liberavam corpos dos hospitais sem que tivesse sido feita a autópsia e vendiam caixões com preços acima do mercado.
Segundo o delegado Romeu Tuma Júnior, que comanda as investigações, a agenda traz uma relação de telefones e contatos com supostos funcionários de mais de cem hospitais de São Paulo, vários deles de primeira linha.
O objetivo dessa investigação paralela é descobrir se havia algum tipo de envolvimento de funcionários desses hospitais com a máfia dos papa-defuntos.
A Folha apurou que a agenda traz contatos e números telefônicos de hospitais renomados como Oswaldo Cruz, Nove de Julho e Albert Einstein, por exemplo.
João Ganme, diretor-clínico do Nove de Julho, afirmou que existe um controle rígido com relação às pessoas que morrem no hospital.
No entanto, ele disse que abrirá uma sindicância interna caso seja descoberta alguma irregularidade. "Não acredito que haja envolvimento de funcionários do hospital, mas não posso jurar. De qualquer forma, vamos ficar atentos aos óbitos que ocorrem no hospital de causas não-esclarecidas."
O mesmo procedimento será adotado pelo Hospital Oswaldo Cruz. "É pouco provável que isso tenha acontecido aqui, mas, se houver qualquer suspeita, nós vamos investigar", afirmou Roberto Santin, diretor-clínico do hospital.
O Albert Einstein informou, por meio de sua assessoria, que não tem conhecimento do assunto e que não iria se pronunciar.

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